quarta-feira, 1 de julho de 2009

Após Psol, DEM e PSDB, PDT pede que Sarney se licencie


O PDT anunciou nesta terça-feira que a bancada do partido no Senado Federal apoia a ideia de afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A sigla, que possui quatro senadores, se junta ao DEM, ao PSDB e ao Psol. Até o momento, apenas o próprio partido de Sarney, o PMDB, e o PTB prestaram solidariedade ao parlamentar e defenderam sua permanência à frente da mesa diretora.

Sarney é acusado de nepotismo e de envolvimento em irregularidades, incluindo o escândalo dos atos secretos do Senado, que foram utilizados para contratar servidores, autorizar a nomeação de parentes de senadores e o pagamento de horas extras. Além disso, o neto dele, José Adriano Cordeiro Sarney, é acusado de fazer parte de um esquema irregular de crédito consignado pelo Senado e estaria sendo investigado pelo Polícia Federal.

O pedido de afastamento foi feito pelo PSDB, através do líder do partido, senador Arthur Virgílio (PSDB-AM). Ao formalizar o pedido de afastamento temporário de Sarney, que teria vigência de dois meses, Virgílio informou que os tucanos defendem a criação de uma comissão "efetivamente de alto nível" escolhida pelo próprio Sarney para acompanhar as investigações sobre os escândalos no Congresso.

"Não lhe peço a renúncia, porque foi eleito legitimamente, mas lhe peço que se licencie para dar caráter de legítima isenção às investigações dessa Casa. É absolutamente inviável a manutenção do presidente Sarney (no posto). (O PSDB) Sugere que Sua Excelência medite e decida pelo afastamento pelo tempo necessário (para se encontrar) todos os culpados, parlamentares ou não", defendeu Arthur Virgílio em Plenário.

"O presidente Sarney venceu legitimamente a eleição contra Tião Viana. Que ele tenha um gesto de grandeza, e digo isso sem a menor mágoa no coração, que Sua Excelência se afaste para que as investigações efetiva aconteçam, com Ministério Público, com a Polícia Federal (para que) todos os segmentos da Casa sejam vasculhados, para que passe essa Casa a limpo", disse Virgílio. "Deixo especificada a posição do meu partido. O PSDB tem a mais absoluta convicção que todos os esforços devem ser feitos para que se resolva essa crise no Congresso Nacional", completou, classificando as recentes denúncias como um "quadro de intriga e central de chantagens que amedronta senadores na Casa".

O presidente do Senado negou que pretenda se ausentar temporariamente do cargo e que esteja sofrendo qualquer tipo de pressão de sua família para deixar a presidência do Congresso. "Não tem ninguém fazendo pressão no presidente Sarney, nem mesmo a família. A hipótese de afastamento dele não está sequer em análise. Ele não está sendo pressionado por ninguém (da família a sair)", disse a assessoria do parlamentar.

Permanência
Também em Plenário, o PTB, em contrapartida, prestou apoio ao presidente José Sarney e rechaçou seu afastamento. "A mesa diretora (...) concentra esforços capazes (...) de produzir mais transparência (no Senado) e age para impedir a repetição de atos desabonadores. A bancada do PTB fez e continua a fazer tudo para que as providências e outras mais sejam levadas a bom termo", disse Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

O PMDB divulgou carta assinada por 17 dos 19 senadores da bancada peemedebista em que diz que "apoia integralmente a apuração de todos os fatos com repercussão jurídica necessária, a fim de tornar o Senado Federal uma instituição respeitada pela sociedade". "Os senadores do PMDB têm consciência das suas responsabilidades e aprovam as ações que estão sendo realizadas. Este é o momento para a implementação de grandes mudanças e, por isso mesmo, o partido continuará apoiando o Presidente José Sarney e a mesa diretora na consecução desse objetivo", diz o PMDB no documento.

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