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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Fábrica chinesa de grandes marcas maltrata empregados
O Conselho Nacional de Trabalho, na China, está investigando uma fábrica de teclado para computadores, na cidade de Donguuan. As condições de trabalho às quais os empregados tem sido submetidos são, praticamente, desumanas. Eles são mal pagos, enganados sobre seus direitos, forçados a fazer horas-extras, submetidos a uma espécie de lavagem cerebral e, quando se machucam no serviço, a assistência médica é negada.
Acha pouco? Então confira algumas das regras apresentadas pela fábrica Meitai (que produz teclados para a Lenovo, HP, Dell e Microsoft):
“Empregados devem, constantemente, monitorar uns aos outros” (Regulamento e Disciplina da Fábrica Meitai, capítulo VII)
Infrações punidas com a perda da remuneração por duas horas de trabalho:
Estar de um a cinco minutos atrasado para seu turno
Não fazer fila corretamente (estar perfeitamente alinhado com os outros) quando estiver no refeitório
Não cortar as unhas periodicamente – isso afeta a qualidade do trabalho
Usar sapatos do trabalho fora da área de serviço ou depois do expediente
Colocar as mãos nos bolsos enquanto está na área da fábrica
Infrações punidas com a perda da remuneração por 4 horas e 30 minutos de trabalho:
Responder uma chamada telefônica pessoal enquanto está de serviço
Não retirar os olhos do trabalho quando outras pessoas vêm visitar a fábrica
Colocar objetos pessoais na mesa de trabalho
Escutar música enquanto está trabalhando
Retornar ao dormitório depois da hora determinada pela empresa (os empregados dormem nas dependências da Meitai).
Infrações punidas com a perda de remuneração por 7 horas de trabalho:
Trocar de camas (no dormitório) sem autorização prévia da empresa (a Meitai marca o lugar de cada um no quarto).
Infrações punidas com a perda da remuneração por um dia e meio de trabalho:
Chegar ao trabalho com mais de uma hora de atraso
Usar o elevador sem permissão
Usar o telefone da empresa para fazer ligações pessoais
Visitar os colegas de trabalho durante o horário de serviço
Conversar enquanto está trabalhando
Tratar os superiores com arrogância
Infrações punidas com demissão:
Violar as regras da empresa
Fazer parte de organizações ilegais (organizações independentes, as que lutam pelos direitos humanos, por exemplo)
Parar de trabalhar ou “enrolar” no trabalho com a intenção de causar tumulto – ou encorajar colegas a fazer isso.
Desobedecer a política de “um filho por casal” da China
Perder três dias de trabalho
Não obedecer ordens
Adotar qualquer comportamento similar aos listados acima.
Garoto britânico torna-se pai aos 13 anos
Um menino de 13 anos tornou-se pai na Grã-Bretanha.O garoto é um dos pais britânicos mais novos, e, segundo relatos, a mãe de seu filho tem 15 anos. A capa do jornal traz a foto de um menino com rosto ainda de criança segurando a mão de um bebê recém-nascido.
O Reino Unido tem uma das taxas mais altas de gravidez em adolescentes na Europa, e a reportagem levantou debates sobre a questão. Dados mais recentes do governo mostram que cerca de 39 mil garotas com menos de 18 anos ficaram grávidas em 2006, sendo que mais de 7 mil desse total ficaram grávidas com menos de 16 anos.
Petróleo sobe 10% nos EUA por expectativa com pacote
Os contratos de petróleo nos Estados Unidos subiram 10% nesta sexta-feira com expectativas de que o pacote de estímulo econômico americano ajude a tirar a economia dos EUA da recessão que já dura 14 meses.
A Câmara dos deputados dos EUA aprovou, na sexta-feira, o pacote de US$ 787 bilhões que prevê gastos e cortes nos impostos. O Senado deve votar o pacote ainda nesta sexta-feira.
"Parece um salto nas expectativas com o estímulo", disse Tom Bentz, analista do BNP Paribas Commodity Futures.
Os contratos do tipo bruto para entrega em março, negociados na Nymex, subiram US$ 3,53, a US$ 37,51 por barril. Os contratos do tipo Brent para entrega em abril, negociados em Londres, fecharam em baixa de US$ 1,22, a US$ 44,81 por barril.
Os preços do petróleo caíram do pico de US$ 147, registrados no ano passado, com os efeitos da crise econômica sendo sentidos em todo o mundo, e reduzindo o consumo de energia.
Integrantes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) cortaram a previsão para a demanda mundial por petróleo, confirmando os cortes na demanda feitos por outros analistas este ano.
A Câmara dos deputados dos EUA aprovou, na sexta-feira, o pacote de US$ 787 bilhões que prevê gastos e cortes nos impostos. O Senado deve votar o pacote ainda nesta sexta-feira.
"Parece um salto nas expectativas com o estímulo", disse Tom Bentz, analista do BNP Paribas Commodity Futures.
Os contratos do tipo bruto para entrega em março, negociados na Nymex, subiram US$ 3,53, a US$ 37,51 por barril. Os contratos do tipo Brent para entrega em abril, negociados em Londres, fecharam em baixa de US$ 1,22, a US$ 44,81 por barril.
Os preços do petróleo caíram do pico de US$ 147, registrados no ano passado, com os efeitos da crise econômica sendo sentidos em todo o mundo, e reduzindo o consumo de energia.
Integrantes da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) cortaram a previsão para a demanda mundial por petróleo, confirmando os cortes na demanda feitos por outros analistas este ano.
Economia do Japão sofre sua pior contração desde 1974
A economia japonesa sofreu no quatro trimestre de 2008 sua pior contração desde 1974, com uma queda de 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo cifras oficiais divulgadas nesta segunda-feira, hora local. Este foi o terceiro trimestre consecutivo de crescimento econômico negativo no Japão.
Este retrocesso do PIB da segunda economia mundial e primeira da Ásia é o mais forte desde a queda de 13,1% em ritmo anual registrada no primeiro trimestre de 1974, em plena crise do petróleo.
Os economistas esperavam por uma contração de 11,6% a ritmo anual, e de 3% em relação ao trimestre anterior, segundo uma pesquisa realizada pelo jornal Nikkei com 22 especialistas.
O Japão se encontra oficialmente em recessão desde o terceiro trimestre de 2008, quando sua economia retrocedeu 0,6% em relação trimestre precedente, depois de uma contração de 0,9% no segundo trimestre.
Segundo a imprensa japonesa, o governo prepara um novo pacote de estímulo econômico para combater essa situação.
O primeiro-ministro, Taro Aso, deve encarregar nesta segunda-feira ao Partido Liberal Democrata (LDP) o início dos trabalhos para apresentar em abril um orçamento adicional ao Parlamento, com o objetivo de financiar o terceiro plano de reaquecimento desde o fim de 2008, informaram o jornal Yomiuri Shimbun e o canal de TV público NHK.
Alguns integrantes do governo defendem uma ajuda substancial, que poderia chegar a US$ 109 bilhões.
"Devemos atuar de forma contundente. Devemos fazer algo drástico", declarou Yoshihide Suga, ligado ao premier.
O pacote definiria o financiamento de grandes projetos públicos como a reconstrução de aeroportos e outras infraestruturas, ao mesmo tempo que estimularia o desenvolvimento de empresas com projetos ecologicamente corretos.
Este retrocesso do PIB da segunda economia mundial e primeira da Ásia é o mais forte desde a queda de 13,1% em ritmo anual registrada no primeiro trimestre de 1974, em plena crise do petróleo.
Os economistas esperavam por uma contração de 11,6% a ritmo anual, e de 3% em relação ao trimestre anterior, segundo uma pesquisa realizada pelo jornal Nikkei com 22 especialistas.
O Japão se encontra oficialmente em recessão desde o terceiro trimestre de 2008, quando sua economia retrocedeu 0,6% em relação trimestre precedente, depois de uma contração de 0,9% no segundo trimestre.
Segundo a imprensa japonesa, o governo prepara um novo pacote de estímulo econômico para combater essa situação.
O primeiro-ministro, Taro Aso, deve encarregar nesta segunda-feira ao Partido Liberal Democrata (LDP) o início dos trabalhos para apresentar em abril um orçamento adicional ao Parlamento, com o objetivo de financiar o terceiro plano de reaquecimento desde o fim de 2008, informaram o jornal Yomiuri Shimbun e o canal de TV público NHK.
Alguns integrantes do governo defendem uma ajuda substancial, que poderia chegar a US$ 109 bilhões.
"Devemos atuar de forma contundente. Devemos fazer algo drástico", declarou Yoshihide Suga, ligado ao premier.
O pacote definiria o financiamento de grandes projetos públicos como a reconstrução de aeroportos e outras infraestruturas, ao mesmo tempo que estimularia o desenvolvimento de empresas com projetos ecologicamente corretos.
Brasileiros na Suíça esperam desculpas do País aos suíços
Mesmo que divididos entre condenar a possível farsa armada pela advogada brasileira Paula Oliveira nos arredores de Zurique, demonstrar solidariedade com a moça ou continuar acreditando na versão dela, os brasileiros que moram na Suíça têm dois pontos em comum: as certezas de que o "caso Paula" não potencializará o preconceito contra os estrangeiros no país e que o Brasil deve um pedido de desculpas aos suíços.
A impressão geral dos brasileiros ouvidos pelo Terra é a de que, desde o princípio, os suíços confiaram na própria polícia. Uma vez que as provas de que a história poderia não passar de uma armação - a principal delas sendo um exame negando que Paula tivesse sofrido um aborto naquela segunda-feira -, os suíços saíram da defensiva e agora esperam, pelo menos, um pedido de desculpas por terem sido alvo de ataques tanto da imprensa do Brasil, quanto do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O mínimo que poderia acontecer, depois de toda essa confusão, seria o presidente se desculpar formalmente", diz o gestor de recursos Leandro, 30 anos. O brasileiro mora há 14 anos na Europa e há dois em Zurique, onde vive com a esposa alemã. Ele afirma que os seus diversos amigos suíços foram cautelosos ao comentar o caso, e só deram opiniões na medida em que as investigações policiais começaram a vir a público.
"Os suíços são extremamente objetivos, e quando essa história estourou, todo mundo ficou surpreso, porque a violência não faz parte da personalidade deles. Agora, com essa reviravolta, eles estão falando um pouco mais grosso. Mas, ainda assim, eles têm dó da menina", completou.
Conforme Leandro, a brasileira contaria com a compaixão até mesmo do presidente do partido de extrema-direita SVP - cujas iniciais foram gravadas nas pernas e na barriga de Paula, durante a suposta agressão. "Para a mídia, ele disse que, levando em conta a gravidade do estado mental dela, não merece ser deportada, se a farsa for mesmo comprovada. Acho que toda a história não vai mudar em nada em relação ao tratamento que os brasileiros recebem aqui."
O temor de que a confusão aumente o preconceito contra os brasileiros parece não existir. "É claro que estamos todos morrendo de vergonha, mas não acho que essa história vá aumentar mais o preconceito que já existia", afirma a bancária Gisele, 32 anos e moradora de Dübendorf, a mesma cidade onde Paula diz ter sido atacada por três neonazistas.
"Os suíços foram muito discretos desde o princípio, ninguém veio com piadinhas ou agressões verbais, muito pelo contrário: eles têm demonstrado solidariedade com estado mental dela, embora estejam insatisfeitos sobre como a história foi administrada pelo Brasil."
Gisele confessou que até torce para que a história de Paula tenha sido inventada. Casada com um suíço e mãe de um bebê de três meses, ela ficou com medo de sair sozinha nas ruas depois do suposto ataque, uma vez que freqüenta diariamente a mesma estação de metrô onde a advogada alega ter sido agredida.
"Eu tinha ficado apavorada com a idéia de uns malucos nazistas como esses morarem perto da minha casa. Acho que se ela inventou tudo realmente, deve pagar por isso. Mas ainda não tem nada provado."
Já a estudante Tatiana, 30 anos, é solidária com a compatriota e acha que a advogada deveria se submeter a um tratamento psiquiátrico, se for confirmada a mentira. "Com certeza a imagem do Brasil aqui vai ser denegrida, pelo menos por um tempo. Fico preocupada porque as brasileiras já têm uma imagem péssima: ou de prostitutas, ou de caçadoras de maridos suíços", conta.
"Mas acho que depois de um tempo, todo mundo vai esquecer e tudo vai voltar ao normal. Vai ficar na memória das pessoas como 'aquele caso de auto-mutilação', e não como 'os brasileiros são todos uns loucos'".
Tatiana conta, no entanto, que na última sexta-feira participou de uma festa onde havia vários brasileiros e que a piedade em relação a Paula era a exceção. "Tem muita gente indignada com todo esse papelão. Mas tudo vai ficar bem, tenho certeza."
A dona-de-casa Eliane, 49 anos, é outra cujas amigas brasileiras estão inconformadas com a possibilidade de a história ter sido inventada. "Várias estão querendo crucificá-la, mas eu a vejo como uma pessoa doente e que precisa de tratamento."
Na opinião da dela, porém, as autoridades suíças não a pouparão das conseqüências dos seus atos. "Este caso é um perfeito exemplo para demonstrar o quanto brasileiros agem com o coração e os europeus, com a razão. O que mais chocou os suíços não foi nem o caso em si, mas sim a repercussão desproporcional e precipitada na imprensa brasileira e a reação do nosso próprio governo. Está mais do que na hora de a Suíça receber pedidos de desculpas, porque desde o início todo o erro foi nosso."
Para Eliane, o caso vai prejudicar a imagem dos estrangeiros em geral, e não apenas dos brasileiros. Casada com um suíço e mãe de uma menina de dez anos - a família mora em Zurique há 11 anos -, ela espera que a toda a confusão sirva de exemplo para a imprensa do Brasil.
"Aqui, ninguém publica nada enquanto não tem provas, enquanto a polícia não confirma. Emotivos, os brasileiros chegaram até a pensar que no início a imprensa suíça estava querendo encobrir o caso, quando na verdade eles só esperavam que as investigações chegassem a alguma conclusão, antes de divulgar informações precipitadas."
Embora estejam otimistas em relação ao desfecho dos fatos, todos os brasileiros que participaram desta reportagem preferiram não ter os nomes completos divulgados.
A impressão geral dos brasileiros ouvidos pelo Terra é a de que, desde o princípio, os suíços confiaram na própria polícia. Uma vez que as provas de que a história poderia não passar de uma armação - a principal delas sendo um exame negando que Paula tivesse sofrido um aborto naquela segunda-feira -, os suíços saíram da defensiva e agora esperam, pelo menos, um pedido de desculpas por terem sido alvo de ataques tanto da imprensa do Brasil, quanto do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O mínimo que poderia acontecer, depois de toda essa confusão, seria o presidente se desculpar formalmente", diz o gestor de recursos Leandro, 30 anos. O brasileiro mora há 14 anos na Europa e há dois em Zurique, onde vive com a esposa alemã. Ele afirma que os seus diversos amigos suíços foram cautelosos ao comentar o caso, e só deram opiniões na medida em que as investigações policiais começaram a vir a público.
"Os suíços são extremamente objetivos, e quando essa história estourou, todo mundo ficou surpreso, porque a violência não faz parte da personalidade deles. Agora, com essa reviravolta, eles estão falando um pouco mais grosso. Mas, ainda assim, eles têm dó da menina", completou.
Conforme Leandro, a brasileira contaria com a compaixão até mesmo do presidente do partido de extrema-direita SVP - cujas iniciais foram gravadas nas pernas e na barriga de Paula, durante a suposta agressão. "Para a mídia, ele disse que, levando em conta a gravidade do estado mental dela, não merece ser deportada, se a farsa for mesmo comprovada. Acho que toda a história não vai mudar em nada em relação ao tratamento que os brasileiros recebem aqui."
O temor de que a confusão aumente o preconceito contra os brasileiros parece não existir. "É claro que estamos todos morrendo de vergonha, mas não acho que essa história vá aumentar mais o preconceito que já existia", afirma a bancária Gisele, 32 anos e moradora de Dübendorf, a mesma cidade onde Paula diz ter sido atacada por três neonazistas.
"Os suíços foram muito discretos desde o princípio, ninguém veio com piadinhas ou agressões verbais, muito pelo contrário: eles têm demonstrado solidariedade com estado mental dela, embora estejam insatisfeitos sobre como a história foi administrada pelo Brasil."
Gisele confessou que até torce para que a história de Paula tenha sido inventada. Casada com um suíço e mãe de um bebê de três meses, ela ficou com medo de sair sozinha nas ruas depois do suposto ataque, uma vez que freqüenta diariamente a mesma estação de metrô onde a advogada alega ter sido agredida.
"Eu tinha ficado apavorada com a idéia de uns malucos nazistas como esses morarem perto da minha casa. Acho que se ela inventou tudo realmente, deve pagar por isso. Mas ainda não tem nada provado."
Já a estudante Tatiana, 30 anos, é solidária com a compatriota e acha que a advogada deveria se submeter a um tratamento psiquiátrico, se for confirmada a mentira. "Com certeza a imagem do Brasil aqui vai ser denegrida, pelo menos por um tempo. Fico preocupada porque as brasileiras já têm uma imagem péssima: ou de prostitutas, ou de caçadoras de maridos suíços", conta.
"Mas acho que depois de um tempo, todo mundo vai esquecer e tudo vai voltar ao normal. Vai ficar na memória das pessoas como 'aquele caso de auto-mutilação', e não como 'os brasileiros são todos uns loucos'".
Tatiana conta, no entanto, que na última sexta-feira participou de uma festa onde havia vários brasileiros e que a piedade em relação a Paula era a exceção. "Tem muita gente indignada com todo esse papelão. Mas tudo vai ficar bem, tenho certeza."
A dona-de-casa Eliane, 49 anos, é outra cujas amigas brasileiras estão inconformadas com a possibilidade de a história ter sido inventada. "Várias estão querendo crucificá-la, mas eu a vejo como uma pessoa doente e que precisa de tratamento."
Na opinião da dela, porém, as autoridades suíças não a pouparão das conseqüências dos seus atos. "Este caso é um perfeito exemplo para demonstrar o quanto brasileiros agem com o coração e os europeus, com a razão. O que mais chocou os suíços não foi nem o caso em si, mas sim a repercussão desproporcional e precipitada na imprensa brasileira e a reação do nosso próprio governo. Está mais do que na hora de a Suíça receber pedidos de desculpas, porque desde o início todo o erro foi nosso."
Para Eliane, o caso vai prejudicar a imagem dos estrangeiros em geral, e não apenas dos brasileiros. Casada com um suíço e mãe de uma menina de dez anos - a família mora em Zurique há 11 anos -, ela espera que a toda a confusão sirva de exemplo para a imprensa do Brasil.
"Aqui, ninguém publica nada enquanto não tem provas, enquanto a polícia não confirma. Emotivos, os brasileiros chegaram até a pensar que no início a imprensa suíça estava querendo encobrir o caso, quando na verdade eles só esperavam que as investigações chegassem a alguma conclusão, antes de divulgar informações precipitadas."
Embora estejam otimistas em relação ao desfecho dos fatos, todos os brasileiros que participaram desta reportagem preferiram não ter os nomes completos divulgados.
Sem espaço, cidades enterram mortos em ruas e praças
Por falta de espaço, os mortos são enterrados nas ruas, corredores, praças e áreas verdes dos cemitérios de três cidades do interior de São Paulo. Essas áreas, que deveriam servir de passagens para pedestres, tráfego de funerais e descanso para os visitantes, dão lugar às covas, abertas pelas prefeituras no desespero de encontrar locais para sepultar seus mortos.
Em Araçatuba (540 km de São Paulo), os dois cemitérios da cidade de 180 mil habitantes estão superlotados. No Recanto da Paz, os mortos são sepultados no meio da última rua, que serviria para trânsito de veículos. ''Aqui, a única área livre para fazer novas covas é esta mesmo'', diz o coveiro Ataíde Jacinto, 60 anos, há 27 trabalhando no cemitério.
Inaugurado em 1972, o cemitério tem 35 mil sepulturas. As ruas começaram a ser ocupadas no mês passado, depois que terrenos destinados à arborização e para a construção de uma praça foram ocupados pelos túmulos. No terreno que seria a praça, por exemplo, há 48 sepulturas. Até agora, 15 mortos, a maioria indigentes, foram enterrados na rua. Por semana, o cemitério recebe de seis a dez mortos cujas famílias não têm terreno ou jazigo no cemitério.
De acordo com Carlos Pereira, responsável pelos cemitérios, a capacidade só não se esgotou porque a maioria dos defuntos é de familiares que já possuem jazigos no Recanto da Paz ou no cemitério da Saudade. Nestes lugares, os enterros para quem não tem os jazigos são feitos somente depois que alguns túmulos são desativados por falta de pagamento de manutenção das famílias.
''Isso aqui é um horror, um desrespeito à pessoa humana'', diz a aposentada Rosa Ramancini da Silva, 66 anos, que foi limpar a sepultura do marido. ''Ainda bem que o túmulo do meu marido fica perto da entrada. Eu jamais deixaria que eles o enterrassem em uma rua. É falta de respeito'', diz.
''Acho que eles precisam inaugurar logo um novo cemitério, porque este aqui já está muito cheio'', diz a dona-de-casa Francelina Gonçalves Liberal, que, junto com o afilhado, Romilson Corrêa de Souza, capina e limpa a cova do marido.
O novo cemitério já tem área, mas sua construção ainda não saiu do papel. No entanto, Pereira adverte: ''Daqui a pouco não teremos mais lugar para colocar os nossos mortos''.
Proibido morrer
Em Biritiba-Mirim (72 km de São Paulo), cidade com 29 mil habitantes, os mortos são enterrados nos corredores existentes entre os túmulos e nas ruas internas do único cemitério do município. Mais de 80 covas foram abertas nas ruas e nos corredores entre os túmulos. ''Fazer o quê? Não temos mais lugar'', diz o coveiro Benedito Ribeiro Silva.
Segundo a prefeitura, isso continuará acontecendo até que o novo cemitério seja inaugurado, possivelmente em meados de março ou começo de abril.
A cidade ficou conhecida em 2005 quando o então prefeito Roberto Pereira da Silva (PTB), o Jacaré, baixou decreto proibindo os moradores de morrer. A medida foi um protesto do prefeito contra a falta de cemitério na cidade.
Exumações
Em Andradina (640 km de São Paulo), município com 56 mil habitantes, a prefeitura está exumando corpos enterrados há mais de três anos para dar lugar a novos defuntos no único cemitério da cidade.
A medida foi tomada em janeiro, depois que, por falta de espaço, a prefeitura usou uma área de despejo de resíduos e uma rua para enterrar seus mortos.
''Suspendemos a utilização dessas áreas e decidimos exumar corpos de famílias que não pagaram os jazigos. Nossa Lei Orgânica nos faculta isso'', explica o assessor jurídico da prefeitura, Edílson Gomes da Silva.
De acordo com Gomes da Silva, 15 corpos já foram exumados para dar lugar a novos defuntos. ''Os novos espaços são destinados às famílias que não têm jazigo ou terreno no cemitério da cidade, o que é uma minoria'', diz Silva.
Segundo ele, a prefeitura vai propor à população de 60 mil habitantes a construção de um novo cemitério. ''Essa obra se tornou imprescindível. A cidade cresceu e os espaços para os mortos diminuíram'', afirmou.
Chávez vence referendo e conquista reeleição ilimitada
A emenda constitucional que coloca fim ao limite para a reeleição aos cargos públicos foi aprovada neste domingo com 54% dos votos. Com esta vitória, o presidente venezuelano Hugo Chávez abre caminho para disputar um terceiro mandato presidencial nas eleições de 2012. A emenda também beneficia a governadores, prefeitos, deputados e vereadores.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com mais de 92% das urnas apuradas, a opção do "não" obteve 45,63% dos votos deste domingo.
Simpatizantes do governo já festejavam nos principais Estados do país, antes mesmo do anúncio oficial dos resultados.
Logo depois de votar no referendo, na tarde deste domingo, Chávez disse que o resultado das urnas definiria seu "futuro político". E foi com este clima que os venezuelanos compareceram às urnas. De um lado os chavistas que defendiam a "continuação da revolução bolivariana" sob a liderança de Chávez e de outro, opositores que rejeitavam o que consideram como uma medida para a "perpetuação do presidente no poder".
Antes do pleito, o presidente venezuelano que governa o país há uma década, anunciou que se saísse vitorioso aprofundaria as mudanças rumo à consolidação de uma revolução socialista na Venezuela.
Com a vitória, Chávez interpretará os esultados como um "categórico" respaldo a seu projeto de governo, na opinião do sociólogo Edgardo Lander, professor da Universidade Central da Venezuela.
"O que ainda não podemos prever é que tipo de medidas de radicalização tomará o presidente. Estamos em meio a uma crise financeira, não seria o momento adequado para desencadear crises políticas internas", afirmou Lander à BBC Brasil.
Ao longo da votação, houveram denuncias de que as urnas eletrônicas não registraram a opção escolhida pelo eleitor e esses votos acabaram sendo anulados. Esses incidentes foram qualificados como "fatos isolados" pela organização não-governamental Olho Eleitoral, principal organismo de observação eleitoral do país.
"O processo eleitoral transcorreu com normalidade, com uma importante participação do eleitorado, afirmou à BBC Brasil Luis Lander, analista da ONG.
De acordo com meios de comunicação locais, cinco estudantes opositores foram detidos em Caracas na tarde deste domingo. As causas ainda são desconhecidas.
Esta foi a 15ª eleição no país em dez anos do governo do presidente Hugo Chávez.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, 1,6 mil observadores nacionais e 98 internacionais, provenientes de 25 países, acompanharam o pleito deste domingo.
As últimas horas de votação foram marcadas por tensão verbal entre governo e oposição.
O deputado opositor Ismael Garcia disse "ter certeza que os resultados de hoje serão favoráveis à democracia, e esses serão os resultados que vamos reconhecer", afirmou o deputado, indicando que a oposição não aceitará resultados desfavoráveis à opção do "Não" à emenda constitucional.
Representantes do governo, entre eles o ministro de Relações Exteriores, Nicolas Maduro, afirmaram que já há uma "tendência irreversível" dos resultados e pediu aos competidores aceitarem os resultados das urnas.
Na tarde deste domingo, o movimento estudantil anunciou ter esperado até as 15h (16h30) para sair a votar em massa com todos os jovens opositores. A estratégia foi interpretada como um mecanismo para confundir as pesquisas de boca-de-urna realizadas pelo governo. Até o chamado do movimento estudantil cerca de 50% dos eleitores já haviam votado.
Ao longo do dia, na zona leste de Caracas, reduto da oposição, as filas no centro de votação foram diminuindo. Durante a tarde, um carro de som da oposição circulou pelos principais bairros desta zona convocando os moradores a votarem.
No oeste da cidade, nos bairros periféricos de Petare e Catia, havia grande concentração de eleitores durante a tarde. Nestes mesmos bairros, ao longo da manhã, os centros de votação estavam vazios.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com mais de 92% das urnas apuradas, a opção do "não" obteve 45,63% dos votos deste domingo.
Simpatizantes do governo já festejavam nos principais Estados do país, antes mesmo do anúncio oficial dos resultados.
Logo depois de votar no referendo, na tarde deste domingo, Chávez disse que o resultado das urnas definiria seu "futuro político". E foi com este clima que os venezuelanos compareceram às urnas. De um lado os chavistas que defendiam a "continuação da revolução bolivariana" sob a liderança de Chávez e de outro, opositores que rejeitavam o que consideram como uma medida para a "perpetuação do presidente no poder".
Antes do pleito, o presidente venezuelano que governa o país há uma década, anunciou que se saísse vitorioso aprofundaria as mudanças rumo à consolidação de uma revolução socialista na Venezuela.
Com a vitória, Chávez interpretará os esultados como um "categórico" respaldo a seu projeto de governo, na opinião do sociólogo Edgardo Lander, professor da Universidade Central da Venezuela.
"O que ainda não podemos prever é que tipo de medidas de radicalização tomará o presidente. Estamos em meio a uma crise financeira, não seria o momento adequado para desencadear crises políticas internas", afirmou Lander à BBC Brasil.
Ao longo da votação, houveram denuncias de que as urnas eletrônicas não registraram a opção escolhida pelo eleitor e esses votos acabaram sendo anulados. Esses incidentes foram qualificados como "fatos isolados" pela organização não-governamental Olho Eleitoral, principal organismo de observação eleitoral do país.
"O processo eleitoral transcorreu com normalidade, com uma importante participação do eleitorado, afirmou à BBC Brasil Luis Lander, analista da ONG.
De acordo com meios de comunicação locais, cinco estudantes opositores foram detidos em Caracas na tarde deste domingo. As causas ainda são desconhecidas.
Esta foi a 15ª eleição no país em dez anos do governo do presidente Hugo Chávez.
De acordo com o Conselho Nacional Eleitoral, 1,6 mil observadores nacionais e 98 internacionais, provenientes de 25 países, acompanharam o pleito deste domingo.
As últimas horas de votação foram marcadas por tensão verbal entre governo e oposição.
O deputado opositor Ismael Garcia disse "ter certeza que os resultados de hoje serão favoráveis à democracia, e esses serão os resultados que vamos reconhecer", afirmou o deputado, indicando que a oposição não aceitará resultados desfavoráveis à opção do "Não" à emenda constitucional.
Representantes do governo, entre eles o ministro de Relações Exteriores, Nicolas Maduro, afirmaram que já há uma "tendência irreversível" dos resultados e pediu aos competidores aceitarem os resultados das urnas.
Na tarde deste domingo, o movimento estudantil anunciou ter esperado até as 15h (16h30) para sair a votar em massa com todos os jovens opositores. A estratégia foi interpretada como um mecanismo para confundir as pesquisas de boca-de-urna realizadas pelo governo. Até o chamado do movimento estudantil cerca de 50% dos eleitores já haviam votado.
Ao longo do dia, na zona leste de Caracas, reduto da oposição, as filas no centro de votação foram diminuindo. Durante a tarde, um carro de som da oposição circulou pelos principais bairros desta zona convocando os moradores a votarem.
No oeste da cidade, nos bairros periféricos de Petare e Catia, havia grande concentração de eleitores durante a tarde. Nestes mesmos bairros, ao longo da manhã, os centros de votação estavam vazios.
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