quarta-feira, 6 de maio de 2009

Câmbio - Dólar Americano ( US$ ) x Real ( R$ )

Dólar.............................Compra Venda Hora Var.%
Dolar Comercial - Corretora....2,146 2,148 16:50 +0,84
Dolar Paralelo SP.................2,200 2,400 15:50 0,00
Dolar Turismo SP.................2,040 2,280 15:50 +0,88
Dolar Ptax - BACEN...............2,136 2,137 18:38 -1,90

Os desafios dos portos brasileiros


Além de atrasados estruturalmente em relação aos estrangeiros, eles sofrem com a má gestão de pessoal e logística obsoleta.

Os portos são estratégicos para o país porque constituem uma das principais infraestruturas de apoio ao comércio exterior. Por eles passam cerca de 95% das mercadorias que são comercializadas além das fronteiras. Todos reconhecem os avanços ocorridos desde a Lei de Modernização dos Portos, que tornou possível a privatização dos terminais onde os navios encostam e as mercadorias são desembarcadas e embarcadas. O modelo de administração dos portos é que ainda segue a linha das companhias estatais, cuja ineficiência tem levado a grandes gargalos no comércio exterior.

Um relatório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado no final do ano passado, mostra que a demora na liberação de cargas nos portos brasileiros é 56% maior que a média mundial: 39 dias contra 25 dias. Levando-se em consideração que um navio parado no porto custa entre US$ 40 mil e US$ 60 mil por dia, essa burocracia faz o chamado Custo-Brasil ampliar-se ainda mais para quem compra ou vende mercadorias. A CNI informa no relatório que não contabilizou as greves no setor da alfândega portuária, bastante corriqueiras e que só agravam o problema.

“A verdade é que os portos nacionais não comportam o volume atual de cargas”, diz Julian Thomas, gerente da Hamburg Sud, uma das maiores empresas de cabotagem do mundo. Este é outro fator que impacta na produtividade de todo o sistema. A comparação com os portos de Hamburgo e Buenos Aires, para citar dois exemplos de sucesso, exibe bem essa deficiência de produtividade: enquanto o porto alemão tem 65 movimentos por hora e o portenho, 55 por hora, no porto de Santos, no terminal da margem esquerda, operado pela Santos-Brasil, o ritmo é de 41 movimentos por hora. Isso contraposto ao fato de que, nos últimos dez anos, o movimento em Santos cresceu 136%, enquanto a área retroportuária expandiu-se apenas 27% entre 2001 e 2007. No mesmo período a extensão de berços foi de 6% e a quantidade de guindastes aumentou 79%. A produtividade, portanto, só poderia sofrer seguidos desgastes.

O Centro de Logística da Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), elaborou um ranking sobre os portos brasileiros, divulgado em setembro do ano passado, tendo consultado cerca de 300 empresas exportadoras e agências marítimas. Santos, principal porto do país, foi classificado como o quarto pior porto do Brasil (à frente apenas de Fortaleza, Vitória e Salvador). O terminal paulista, responsável por 26% do comércio exterior do Brasil, acumula fortes deficiências. O calado do porto é de 12 metros no canal interno e 14 metros no externo. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), administradora do porto, tem projeto para elevar as profundidades para 13 e 15 metros, respectivamente. A média dos calados nos portos europeus é de 18 metros, enquanto o de Roterdã, porto holandês de alta produtividade, tem calado de 20 metros.

Isso significa, em linhas gerais, que o país não está preparado para receber os maiores navios do mundo, o que enfraquece nossa capacidade de competição com outros países.

Vale notar que a liderança no ranking da Coppead é do terminal marítimo Ponta da Madeira, no Maranhão, da Companhia Vale do Rio Doce. Ele tem calado de 20 metros e é o único no Brasil capaz de carregar inteiramente o maior graneleiro do mundo, navio de bandeira norueguesa capaz de transportar 365 mil toneladas de carga.

Produção industrial encolhe 10% em março, aponta IBGE

A indústria brasileira registrou queda de 10,0% no mês de março de 2009 em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já em relação a fevereiro de 2009, a atividade teve alta de 0,7%.

A perda acumulada nos dois últimos trimestres (-16,7%) é a mais elevada desde o segundo trimestre de 1990 (-19,8%). O acumulado nos últimos doze meses teve queda 1,9% e manteve a trajetória declinante observada desde setembro do ano passado.

A produção industrial fechou o primeiro trimestre de 2009 com recuo de 14,7% frente à igual período do ano anterior. Em relação ao trimestre imediatamente anterior, a taxa ficou em -7,9%.

Das 27 atividades analisadas, 11 tiveram alta em relação a fevereiro, lideradas pelo setor de veículos automotores (7,0%), que acumula crescimento de 56,5% em relação a dezembro de 2008, no auge da crise econômica mundial.

O setor farmacêutico também teve alta (9,0%), assim como outros produtos químicos (3,5%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar e óticos (20,8%) e indústrias extrativas (2,4%).

Já aqueles que pressionaram negativamente a produção foram outros equipamentos de transporte (-15,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-15,3%), máquinas e equipamentos (-3,3%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-5,5%).

Senado indica superfaturamento de quase 100% em contrato

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), divulgou na noite desta terça-feira os primeiros relatórios que confirmam irregularidades e superfaturamento em contratos de empresas terceirizadas na Casa, assinados pelo então diretor do Senado, Agaciel Maia, e pelo ex-primeiro-secretário Efraim Morais (DEM-PB). No principal caso, envolvendo a Aval Empresa de Serviços Especializados, responsável pela prestação de serviços de limpeza e conservação do Prodasen (Secretaria Especial de Informática) e da Interlegis, a Comissão Técnica coordenada por Fortes identificou que um contrato anunciado como "emergencial" tinha valor 97,91% acima do previsto pelo próprio Prodasen se fosse adotada a modalidade de pregão.

De acordo com o relatório, o Prodasen desistiu de utilizar o pregão, apesar de ser a garantia de serviços mais baratos, e optou, sem comunicar à Primeira Secretaria do Senado, por um contrato emergencial com a empresa Aval. No compromisso envolvendo a empresa, cujo valor é de R$ 2,57 milhões por ano, também aparecem na lista de irregularidades a falta de projeto básico para a prestação de serviços de limpeza e a fixação de salários para auxiliares e encarregados de limpeza em valor acima dos previstos para a categoria.

"Além de não constar nos autos as justificativas técnicas necessárias para o aumento no quantitativo inicialmente previsto, o valor do contrato emergencial é 97,91% superior ao preço máximo estimado para o pregão", diz o relatório, que recomenda que a administração não faça sucessivas contratações emergenciais e garanta a realização de licitações para "selecionar a proposta mais vantajosa".

"A situação de 'emergência' (alegada para a contratação da empresa) decorre da falta de planejamento, da ausência de previsão para as necessidades previsíveis e da não-realização do procedimento licitatório à época oportuna", diz o relatório.

Os indícios de superfaturamento envolvem outros contratos também assinados por Agaciel Maia e Efraim Morais. O senador do DEM negou irregularidades nos contratos e disse que todas licitações assinadas em sua gestão foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Agaciel foi o primeiro a deixar o alto escalão da Casa depois do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pedir a todos os diretores do Senado colocarem seus cargos à disposição. Ele foi acusado de omitir um imóvel avaliado em R$ 5 milhões na área nobre de Brasília.

João Carlos Zoghbi, também envolvido em denúncias, disse à revista Época, no último fim de semana, que o ex-diretor-geral do Senado tinha participação acionária em todas as empresas terceirizadas que têm contratos com o Senado.

Outros contratos
No relatório envolvendo a Fiança Serviços Gerais Ltda, que presta serviços nas áreas de arquivo, história e eletrônica, a companhia fornecia mão-de-obra pagando salários superiores a um outro pregão também do Senado envolvendo categorias profissionais iguais. O contrato previa despesa mensal de R$ 244,6 mil (R$ 2,9 milhões por ano) e, apesar de não ser o mais vantajoso para a administração pública, ainda estava dentro dos limites fixados pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com a auditoria feita no Senado, não houve a elaboração de um projeto básico para a definição do serviço e tampouco foram divulgadas informações para comprovar se teria sido feita uma pesquisa de mercado para encontrar valores mais competitivos. "Considerando que pelo pregão 221/2008 foram contratadas categorias iguais às relacionadas no pregão 9/2008 e com salários mais vantajosos para a administração pública do que o processo em análise, sugerimos a revogação desse certame (...) por razões de interesse público".

No caso da Ágil Empresa de Vigilância Ltda, o Senado analisou o reajuste de cerca de 6% nos preços dos serviços de segurança externa na Casa, como os da segurança da residência oficial do presidente do Congresso. Em razão da proximidade do encerramento do contrato (termina em julho, após a sexta prorrogação), o primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), propõe estudos para buscar em outros contratos de vigilância a possibilidade de eles absorverem os serviços de vigilância fornecidos pela Ágil. A iniciativa deve ser temporária, até que seja concluída nova licitação para unificar todos os contratos de vigilância da Casa.

Por fim, um contrato com a Delta Engenharia Indústria e Comércio Ltda, de prestação de serviços de manutenção do sistema elétrico e de cancelas de acesso eletrônicas do Senado e fornecimento de mão-de-obra, aponta que em um dos aditivos firmados com a empresa, um valor de R$ 195,02 tem sido pago a mais desde outubro de 2007. A quantia deverá ser devolvida aos cofres públicos. O contrato está vencido desde 12 de abril e a Comissão Técnica Especial que analisa o caso já apresentou sugestão de prorrogação por 90 dias com a determinação de licitação.

Depressão materna causa distúrbio de sono em bebês


A cada novo estudo descobre-se que a ligação entre mães e filhos pode ser ainda maior. Uma pesquisa publicada no jornal Sleep neste mês sugere que os bebês de mulheres com depressão estão mais suscetíveis a sofrer distúrbios do sono.

Para chegar a tal constatação, cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, acompanharam 18 crianças saudáveis a partir de duas semanas após o nascimento até os seis meses de idade. As mães de sete dessas crianças não tinham histórico pessoal ou familiar do problema, e as das outras 11 foram diagnosticadas depressivas ou com níveis elevados de sintomas.

Os filhos das mulheres sem a neurose foram classificados como de baixo risco, enquanto o restante de alto risco. Após a análise, constatou-se que os integrantes do segundo grupo demoraram mais para conseguir dormir, tiveram menos sono eficiente e com maior interrupção durante a noite.

De acordo com uma das autoras da pesquisa, Roseanne Armitage, o dano pode ser reversível. "Achamos que podemos desenvolver uma intervenção comportamental e ambiental para melhorar a duração do sono e o ritmo circadiano ciclo biológico diário do corpo nas crianças de alto risco", disse. "Se são os hormônios maternos a 'causa' dos problemas de sono nas crianças, ainda não se sabe. Pode ser genético, hormonal ou os dois. Independentemente da causa, os problemas ainda podem ser modificados, já que a regulação do cérebro na infância é muito receptiva", complementou.

Resta determinar se o distúrbio de sono infantil confere um maior risco de desenvolver depressão precoce, conclui o estudo. Segundo site Science Daily, que divulgou a reportagem do Sleep, pesquisas anteriores indicaram que problemas noturnos não tratados na infância podem se tornar crônicos

Mulher mostra o rosto após 1º transplante facial dos EUA


A identidade da mulher que, em dezembro do ano passado, recebeu o primeiro transplante de rosto dos Estados Unidos finalmente foi revelada. Connie Culp, 46 anos, concedeu nesta terça-feira uma entrevista à imprensa na Clínica Cleveland, no Estado americano de Ohio, onde a cirurgia foi realizada cinco anos depois que um tiro de espingarda, dado pelo próprio marido, desfigurou metade do seu rosto.

Apesar da expressão ainda endurecida do rosto e do discurso um pouco difícil de se entender, Connie já consegue falar, sorrir, cheirar e sentir o gosto dos alimentos. A pele ainda está inchada e com o formato quadrado, mas os médicos acreditam que a medida que a circulação evolui e os nervos crescem, estimulando os músculos, o aspecto dela deve melhorar.

Durante a coletiva, a mulher fez elogios à equipe médica, que foi liderada por María Siemionow, e fez agradecimentos especiais à família da doadora. "Eles que tornaram possível eu receber este novo rosto", afirmou.

A paciente foi submetida a uma cirurgia complicada que durou mais de 22 horas. Na ocasião, o rosto da mulher - que havia perdido o nariz, o palato, um dos olhos e sofrido com fragmentos de bala e de osso que penetraram a pele - foi quase todo reconstruído com cerca de 80% da face da doadora, falecida na véspera da operação.

Além de ter ganho um palato novo, a paciente recebeu um nariz com o revestimento interno necessário para respirar, a parte inferior das pálpebras, o lábio superior, pele, músculos, ossos, artérias, veias e nervos. Segundo Siemionow, recuperar as funções vitais é mais importante que a parte estética, embora também seja importante ter um rosto para que a pessoa se integre à sociedade.

Em 2004, seu marido, Thomas Culp, atirou nela com uma espingarda e recebeu pena de sete anos de prisão. Na época, Connie ficou entre a vida e a morte, respirando apenas com a ajuda de um tubo implantado na traquéia.

Rio Negro está a 86 cm da maior cheia da história do AM

Pelo menos 38 municípios foram atingidos pela cheia do rio Negro no Amazonas. Em Manaus, o nível da água chegou nesta terça-feira aos 28,83 m, índice apenas 86 cm mais baixo que nível de 1953, quando foi registrada a maior cheia no Estado. Em outras regiões, os rios continuam subindo e mais de 184 mil pessoas foram afetadas, segundo dados oficiais da Defesa Civil do Amazonas.

Em Barreirinha, o governo começou a distribuir hoje os cartões chamados SOS Enchente que dão direito a R$ 300. O dinheiro será doado a 1.421 famílias cadastradas pelas comissões de Defesa Civil dos municípios. "A orientação da Defesa Civil é que evacuemos a cidade, pois a previsão é de que a água suba ainda entre 80 cm e 1 m. Estão comprometidos 90% da cidade. O comércio paralisou e as aulas foram suspensas. A prefeitura está trabalhando praticamente pra atender o pessoal da enchente. Há possibilidade de faltar água potável", declarou o prefeito de Barreirinha, o índio Messias Saterê.

Em Parintins, o rio Amazonas invadiu as três principais avenidas que ligam as partes leste e oeste da cidade. Contando com a zona rural, o município contou cerca de 1,7 mil famílias atingidas pela subida da água.

No município de Maués, a Secretaria de Ação Social contou 526 famílias atingidas, das quais 150 já foram retiradas de suas residências e alojadas em duas escolas municipais, segundo informou o coordenador de Comunicação Social, Manoel Garcia. A avenida principal da cidade teve o tráfego de veículos pesados proibido.

"Há a possibilidade de que o terreno ceda por causa da pressão que a água está fazendo por baixo", explica o coordenador. O rio Maués está a menos de 80 cm de invadir a rua da frente da cidade. Para prevenir doenças relacionadas com a água, uma equipe de 14 médicos está percorrendo os bairros da cidade, tentando esclarecer a população. "Não tivemos doenças registradas ainda, mas nossa maior preocupação é com as crianças que ficam caindo na água do rio que invadiu as ruas sem atentar para o perigo das doenças", explicou Garcia.

Uma equipe da Defesa Civil municipal está percorrendo as comunidades ribeirinhas distribuindo remédios, cobertores, colchões e, para algumas, até madeira para que as famílias construam as "marombas", assoalhos extras acima do original das casas. Nessas regiões, a população mora exclusivamente em palafitas, casas de madeira construídas acima do nível do chão. Nesta quarta-feira, a equipe de governo vai distribuir os cartões SOS Enchente nos municípios de Anamã, Pauiní e Canutama.