A secretária de Bernard Madoff, que trabalhou com o especulador por cerca de 20 anos, acredita que ele planejou meticulosamente sua detenção e agora não colabora com a Justiça para proteger terceiros envolvidos na fraude financeira que montou.
Eleanor Squillari decidiu quebrar o silêncio e nesta quarta-feira foram exibidas entrevistas na imprensa americana nas quais dá detalhes reveladores sobre como era o chefe e como foram os dias anteriores à detenção.
Madoff, 70 anos, confessou em março que criou e manteve por duas décadas uma estrutura piramidal de investimentos fraudulenta que ele mesmo cifrou em US$ 50 bilhões, embora em cartas enviadas aos clientes pouco antes de ser descoberto falava em US$ 65 bilhões.
Desde que, em dezembro, a fraude foi revelada, o financista insistiu em que ele era o único que sabia da manobra, e inclusive foram seus filhos que o denunciaram perante o FBI (polícia federal americana), dizendo que o pai acabara de confessar o esquema.
No entanto, a secretária de Madoff afirmou à NBC que o especulador planejou meticulosamente como seria sua detenção, que pistas deixaria e que documentos o FBI encontraria quando revistasse seu escritório.
Squillari, que passou dois meses colaborando com o FBI, acredita que o financista esteja protegendo alguém. "Não está colaborando com a Justiça e acho que é porque está protegendo alguém", afirmou.
Ela conta que quando Madoff soube que a secretária de um cliente tinha sido detida por apropriação indevida, o especulador disse que parte da responsabilidade era do chefe, que deveria tê-la vigiado.
No campo mais pessoal, ela conta que o financista, que enfrenta uma sentença de até 150 anos de prisão, gostava de flertar, fazia brincadeiras de conotações sexuais e frequentava casas de "massagem" pouco tradicionais.
No entanto, a secretária afirma que o Madoff que ela conhece era "enormemente generoso e amável", não é o mesmo que apareceu nos últimos tempos na televisão, pelo que encontrou dificuldades para assumir o ocorrido, já que "o admirava".
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