Grandes investidores internacionais já manifestaram interesse pelas ações do Itaú Unibanco hoje detidas pelo Bank of America, caso o banco americano decida se desfazer desses papéis.
"Recebemos a intenção de grandes investidores em comprar essas ações", disse Alfredo Egydio Setubal, vice-presidente do Itaú Unibanco, em teleconferência com analistas sobre os resultados do primeiro trimestre.
O executivo esclareceu que o chamado lock up, período em que o Bank of America está proibido de vender as ações que detêm no Itaú, vence em setembro, mas o banco americano ainda não mencionou intenção em se desfazer dos papéis.
"Se resolverem vender, vamos ver o melhor caminho. O Itaú tem o direito de preferência para compra. Podemos adquirir essas ações e manter em tesouraria", afirmou Setubal.
O Bank of America tornou-se acionista do Itaú em 2006, quando vendeu as operações do BankBoston na América Latina, recebendo em troca ações do banco brasileiro.
A fatia do BofA chegou a ser de 5,8% do capital total do Itaú, número que foi ajustado para os atuais 5,36%, de acordo com números da Bovespa, depois da fusão do Itaú com o Unibanco em novembro do ano passado.
Se fosse vendido, esse montante que soma o equivalente a 2,47% das ações ordinárias com 8,26% das preferenciais do Itaú, permitiria ao BofA levantar aproximadamente R$ 7 bilhões.
A especulação sobre a venda desse lote tem crescido à medida que crescem as preocupações de que o Bank of America seja obrigado a levantar mais capital para manter sua saúde financeira.
Nesta quarta-feira, reguladores do mercado financeiro dos Estados Unidos informaram que já comunicaram o Bank of America que a instituição precisa levantar US$ 34 bilhões em capital em função dos impactos da crise financeira, um dia antes da divulgação dos resultados do teste de estresse aplicado nos grandes bancos do país.
Setubal informou ainda que o grupo já identificou os percentuais de redundância entre clientes do Itaú e do Unibanco, o chamado overlaping. Esse índice está em 7% na área de private banking, em 100% em grandes empresas e clientes institucionais, 10 por cento em pequenas e médias empresas, e 6% em cartões de crédito.
Segundo o executivo, no geral esses percentuais são menores do que o que se esperava, por isso a empresa não espera queda nas receitas com serviços.
"Nossa expectativa é de aumento de 3% a 5% nas receitas com serviços em 2009", disse.
O vice-presidente afirmou ainda que o conglomerado segue à procura de um novo sócio para a Redecard . Em março, o Itaú Unibanco tornou-se acionista majoritário da empresa de meios de pagamento, com pouco mais de 50% das ações, ao comprar uma parcela que o Citigroup detinha na empresa, posição da qual se desfez também para levantar capital.
"Continuamos com intenção de encontrar sócio para Redecard, mas que seja alguém que traga cartões para companhia. Não temos pressa para a decisão", completou Setubal.
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