O Pentágono estima que 74 pessoas libertadas da prisão de Guantánamo nos últimos anos voltaram à luta terrorista contra os Estados Unidos, informa nesta quarta-feira o diário The New York Times.
Desde a abertura da prisão, situada em Cuba, em princípios de 2002, o Departamento de Defesa dos EUA pôs em liberdade 534 prisioneiros e, segundo seus cálculos, quase 14% deles retomaram suas atividades armadas contra o país no exterior.
O diário diz ter recebido o relatório de um funcionário que apoia os números e afirma que o atraso em sua publicação está criando "teorias de conspiração" desnecessárias.
Duas fontes anônimas do Governo disseram ao jornal que o motivo do atraso é que alguns empregados do Departamento de Defesa adiam a divulgação do texto por medo de irritar o Governo Barack Obama e, assim, arriscar seus empregos.
No entanto, a Casa Branca não fez pressão para que se mantenham ocultas suas conclusões, segundo o artigo.
O relatório pode complicar o plano de Obama de fechar a prisão de Guantánamo em um prazo que se completa em janeiro de 2010, ao dar argumentos aos republicanos e a alguns democratas que dizem que liberar detidos nos EUA põe em perigo a segurança nacional.
Republicanos e democratas se aliaram no Congresso a favor de uma emenda que proíbe o uso de US$ 80 milhões pedidos por Obama para encarcerar ou liberar nos EUA qualquer das aproximadamente 240 pessoas detidas em Guantánamo.
Durante o mandato do ex-presidente George W. Bush, o Pentágono publicou estimativas do número de ex-detidos de Guantánamo que tinham pego em armas contra os EUA no exterior, mas esses relatórios foram recebidos com ceticismo pelos grupos de direitos humanos pela falta de provas apresentadas.
No estudo atual, o Pentágono inclui o nome de 29 dos 74 ex-presos, incluídos Said Ali al-Shiri, que se transformou em líder da Al Qaeda no Iêmen, e Abdullah Ghulam Rasoul, um comandante talibã, segundo o periódico.
O Departamento de Defesa disse que não pode identificar os outros 45 ex-detidos por motivos de segurança nacional.
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