Os líderes da União Européia rejeitaram neste domingo o protecionismo para evitar uma nova "cortina de ferro" separando os 27 países do bloco entre pobres e ricos durante a crise econômica global, após cúpula extraordinária em Bruxelas.
Em um texto adotado pelos chefes de Estado e de governo, os dirigentes admitiram que o "protecionismo não é a resposta para a crise atual". Eles reafirmaram também sua vontade de fazer uso máximo do mercado único europeu, que garante a livre circulação das mercadorias, serviços, pessoas e capitais, para sustentar o crescimento e o emprego.
Além disso, a União Européia anunciou que apoiará caso por caso os países do leste da Europa que estiverem com graves dificuldades financeiras, mas um grande plano de ajuda generalizada está fora de cogitação.
"Está totalmente claro que a UE não deixará ninguém na beira da estrada", declarou à imprensa o primeiro-ministro checo, Mirek Topolanek, cujo país preside a UE. Durante a cúpula, os chefes de Estado e de governo disseram que todos os países membros da UE receberão a ajuda necessária em casos apropriados.
Mas ao mesmo tempo, não aceitaram um plano específico da UE para os países do leste europeu, como desejava a Hungria, particularmente afetada pela crise financeira e econômica. "Esta idéia de dividir a Europa entre velhos países-membros e novos países-membros, entre leste e oeste é algo que rejeitamos claramente", explicou Topolanbek.
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, destacou que os próprios países do leste da Europa, exceto a Hungria, recusaram este plano. "As situações são muito diferentes de um país para o outro no leste da Europa e, em consequência, não há razão específica para tratar diferentemente um grupo particular de países", disse.
Em entrevista após a cúpula, Barroso também disse que os países europeus conseguiram um "acordo global" em um "marco comum" sobre a crise, precisando que a decisão final será tomada na próxima cúpula da UE de 19 e 20 de março.
Por sua vez, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que os países da União Européia conseguiram um acordo fundamental sobre o tratamento dos ativos tóxicos dos bancos, considerados responsáveis pela paralisia persistente do crédito.
"A reunião viabilizou um acordo sobre o tratamento dos ativos tóxicos que naufragam as contas dos estabelecimentos bancários", disse Sarkozy à imprensa, ao final da cúpula.
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