Anfitrião da aguardada reunião do G20 (grupo das 20 potências e principais emergentes), o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, anunciou nesta quinta-feira que chegou ao fim a era em que os países ricos dominavam a economia mundial, destacou o importante papel do Brasil em futuras decisões globais e pediu esforços dos órgãos internacionais para auxiliar nações em dificuldades a superar as turbulências financeiras. O premiê visitou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela manhã, em Brasília, e participou de seminário da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo, à tarde.
Entre elogios ao País e críticas ao protecionismo que tem preocupado diversos países, mas ainda assim crescido, Brown antecipou que, na Cúpula do G20, que será realizada em Londres em 2 de abril, proporá a criação de um fundo de US$ 100 bilhões "para assegurar que as empresas possam exportar".
As contribuições de cada país a esse fundo global deverão ser discutidas, mas o premiê britânico disse confiar em que o valor proposto será aceito pelos países do grupo, pois é o "mínimo necessário" para impedir maiores efeitos sobre o comércio mundial.
Brown insistiu que a queda do comércio é o "mais recente" efeito da crise global, e citou relatórios que advertem de que as exportações mundiais vão cair pela primeira vez em 30 anos, e destacou que, por isso, o assunto não poderá ser ignorado na Cúpula do G20.
"É preciso dar um passo à frente e adotar medidas que revertam a falta de crédito que secou o comércio mundial", afirmou ele.
O primeiro-ministro do Reino Unido cobrou iniciativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial para alavancar países mais atingidos pela crise. "O mais recente efeito adverso da crise foi a redução do fluxo de comércio. As exportações em todo o mundo deverão cair, conforme informações da Organização Mundial do Comércio. Precisamos tomar medidas na área do comércio. Não vou culpar aqui ninguém em particular, mas não podemos voltar ao mundo do sistema bancário do passado. Precisamos mudar nossa ordem financeira".
Brown declarou que é preciso um esforço conjunto para assegurar que nações destroçadas pela crise possam receber ajuda financeira mundial. "Asseguremos que haja recursos disponíveis para países que não conseguem reestruturar seus sistemas financeiros internos possam ser ajudados", afirmou.
Brasil
Para o primeiro-ministro, "chegou o momento do Brasil" na economia global. "É justo que o Brasil estivesse nessa conversa de consenso global", disse o primeiro-ministro, acrescentando que nenhuma conversa futura sobre assuntos globais poderá ocorrer sem a décima economia do mundo.
Apesar disso, Gordon Brown destacou que a crise atingiu o País. "Vocês não precisam me dizer que o Brasil sentiu o impacto da crise, eu sei. Temos que equilibrar a economia".
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