terça-feira, 10 de março de 2009

Bolívia dá 72 horas para diplomata americano deixar o país

O diplomata da embaixada dos Estados Unidos em La Paz, que foi expulso nesta segunda-feira pelo presidente Evo Morales por suposta conspiração, tem 72 horas para deixar a Bolívia. A informação foi dada nesta segunda-feira pelo ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca.

Em entrevista, o chanceler boliviano afirmou que a delegação americana já foi comunicada da decisão do governo de expulsar o funcionário americano de origem mexicana Francisco Martínez, que é o segundo secretário da embaixada em La Paz.

"A convenção de Viena estabelece claramente que um diplomata não pode fazer trabalho político ou fazer ingerências", ressaltou o chanceler, ao destacar que a expulsão possui amparo no artigo nove desse acordo internacional.

Morales anunciou hoje sua decisão de expulsar o diplomata por sua suposta colaboração com os rivais políticos e sob a acusação de ser o elo de Rodrigo Carrasco, um ex-capitão da Polícia boliviana acusado de espionar a companhia petrolífera estatal YPFB, com a CIA (agência central de inteligência americana).

O governo dos EUA qualificou a decisão de "injustificada", rejeitou as acusações contra Martínez e assegurou que a iniciativa "contradiz as declarações recentes do Executivo de Morales, que expressavam o desejo de melhorar as relações bilaterais".

"Os Estados Unidos têm que entender que este país não vai aceitar ingerência. As boas relações se constroem respeitando as normas internacionais", respondeu Choquehuanca.

No entanto, o ministro considerou que a expulsão do diplomata "não tem por que prejudicar" as relações com Washington, mas chamar a atenção desse governo no sentido de que a Bolívia não vai permitir uma ingerência e quer laços de respeito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário