O Banco Central (BC) revisou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,2% em 2009, ante os 3,2% estimados pela autoridade monetária anteriormente. A estimativa consta do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta segunda-feira pela instituição.
No documento, o BC aponta que a revisão parte de uma "retração consistente com a evolução na margem dos principais indicadores do nível da atividade da economia brasileira e com a deterioração das expectativas, registradas no início deste ano" e "considera, pela ótica da oferta, reduções generalizadas nos setores agropecuário, industrial e de serviços".
Na agropecuária, o relatório considera que deve haver retração de 0,1% no ano, ante expectativa de crescimento de 2,2% no último relatório. O recuo, segundo o BC, está associado à "redução da demanda externa sobre commodities agrícolas e sobre o produto da pecuária".
Já na indústria, apontada pelo documento como o setor mais atingido pela deterioração das expectativas, deve crescer apenas 0,1% em 2009, ante expectativa anterior de uma expansão de 3,4%.
Como reflexo do resultado da agropecuária e da indústria, o BC estima que o setor de serviços deve ter uma expansão revisada de 2,1%, estimativa revisada ante os 3,8% previstos pelo último relatório de inflação da autoridade monetária.
IPCA abaixo do centro da meta
Segundo o documento divulgado nesta segunda, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou 0,7 ponto percentual menor que a taxa contida no documento anterior, quando a autoridade monetária previa IPCA de 4,7% acumulado em 2009.
A projeção está abaixo do centro da meta fixada em 4,5% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O cenário de referência utilizado pela autoridade monetária nessas projeções inclui manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 11,25% ao ano e taxa de câmbio constante em R$ 2,35 - posição em que se encontravam após a reunião realizada neste mês pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
No relatório de setembro, quando projetou IPCA de 4,7% para este ano, a taxa de câmbio usada nos cálculos foi de R$ 2,40 e Selic a 13,75%.
Já a estimativa feita com base no cenário dos analistas de mercado ficou em 4,1% na projeção central, com recuo de 0,4 ponto em relação ao relatório anterior. No cenário usado pelo mercado financeiro, a Selic chegaria a uma média de 9,75% ao ano e taxa de câmbio a R$ 2,30. No documento de dezembro, foram levadas em conta Selic a 13% anuais e taxa de câmbio de R$ 2,20 por dólar no último trimestre de 2009.
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