sexta-feira, 8 de maio de 2009

Chuva: 50% dos postos de Teresina estão sem gasolina


Com previsão de mais chuvas e estradas cortadas, a capital do Piauí, Teresina, começa a ficar desabastecida de combustíveis. Na tarde desta quinta-feira, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Robert Atayde Mendes, informou que 50% dos postos da cidade estão sem gasolina.

Em Teresina já são 2.751 famílias atingidas pelas chuvas, com registro de nove bairros isolados. "A tendência é de piorar a situação, já que nossa maior transportadora é a Refesa (Rede Ferroviária Federal) e está com trechos de linhas cortadas em São Luis (MA) e Fortaleza (CE)", disse Atayde.

O presidente não soube informar a quantidade de gasolina que chega a Teresina através dos trens da Refesa, mas destacou que, atulamente, os donos de postos pedem 30 mil l por dia e a distribuidora envia apenas 5 mil l. O racionamento causa correria aos postos de combustíveis. Por enquanto, os preços não tiveram reajustes e o litro da gasolina é vendido a R$ 2,59.

Afetados
O Piauí contabiliza mais de 60 mil pessoas afetadas pelas enchentes, subindo para 35 os municípios que decretaram situação de emergência, segundo balanço divulgado pela Defesa Civil. No Estado, cerca de 60 municípios estão com estradas cortadas e vias inteiras viraram crateras, o que dificulta o deslocamento dos caminhões com ajuda humanitária.

Estão em situação mais crítica as cidades de Barras e Esperantina, na zona norte do Estado, em que bairros inteiros estão ilhados. Nesta quinta-feira, o governador Wellington Dias (PT) sobrevoou áreas atingidas pelas chuvas em União, Barras, Esperantina e Miguel Alves.

Em Barras, 60% da cidade está submersa. O prefeito, Manin Rego (PMDB), pediu ajuda do Exército para atender os desabrigados. "Os lugares mais afetados são os assentamentos e povoados da zona rural. O acesso é só de barco, já que as águas invadiram as rodovias", contou. No município mais de 1,5 mil famílias estão desabrigadas ou desalojadas pela cheia do rio Marataoan.

Em Miguel Alves (a 110 km da capital) 100% da população está sem água potável. A estação elevatória que abastece a cidade foi invadida e a correnteza arrastou as bombas. A Defesa Civil enviou carros-pipas para o abastecimento.

Na zona rural de Teresina também começa a faltar água potável. A Secretaria de Assistência Social do município pede doações de filtros e água para distribuir às 800 famílias isoladas.

Sem ônibus
A frota de ônibus na capital foi reduzida em cerca de 30% devido ao caos provocado pelas enchentes. O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina (Setut) divulgou nota nesta quinta-feira e informou que a circulação de ônibus ficará comprometida, caso permaneça o racionamento de combustíveis.

Mais chuva
A Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), do Ministério da Integração Nacional, informou nesta quinta-feira que chega a 796.878 o número de pessoas afetadas pelas chuvas fortes e enchentes em dez Estados. Segundo o órgão, 31 pessoas morreram em decorrência dos desastres no Ceará (12), Maranhão (9), Amazonas (5) Alagoas (4) e Santa Catarina (1).

Segundo o balanço, o excesso de chuva atingiu 283 municípios localizados nos Estados do Ceará, Maranhão, Piauí, Paraíba, Rio Grande do Norte, Bahia, Alagoas, Amazonas, Pará e Santa Catarina.

No Nordeste, o Ceará é o Estado que tem o maior número de municípios atingidos (69), seguidos pelo Maranhão (64), Piauí (33), Paraíba (19), Rio Grande do Norte (15), Bahia (4) e Alagoas (3). São 220.002 cearenses vitimados, de alguma forma pelas enchentes, enxurradas e desabamentos. Destes, 42.721 estão desabrigados ou desalojados.

No Maranhão, a população afetada chega a 167.883 pessoas, com 33.034 desalojados e 24.934 desabrigados. No Piauí e no Rio Grande do Norte, a chuva afetou a vida de 59.745 e 44.193 pessoas, respectivamente.

Na terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobrevoou as áreas afetadas pelas enchentes no Maranhão e no Piauí, Estados que decretaram estado de calamidade e de emergência, respectivamente. No Maranhão, Lula cobrou dos prefeitos levantamento dos prejuízos e apresentação de bons projetos para a solução do problema.

Além de forçar a retirada de várias pessoas de suas casas, as chuvas também deixaram cidades sem acesso. No Piauí, a estrada estadual PI-112, está com quatro pontos alagados. Nesses trechos, o transporte é feito de barco. No Maranhão, seis estradas federais foram afetadas.

A Defesa Civil do Pará registrou no fim de semana que a cheia levou o rio Tapajós ao maior nível de todos os tempos. O rio atingiu 8,94 m, 34 cm a mais do que em 2006, quando chegou a 8,6 m, considerada a maior marca até então.

Na região Norte, é no Estado do Amazonas onde se encontra o maior número de municípios atingidos, 38, com 265.958 pessoas afetadas. Segundo dados da Defesa Civil, 44.609 estão desalojados e 9.629 desabrigados. No Estado do Pará são 28 municípios atingidos e 25.985 pessoas afetadas direta ou indiretamente pela chuva.

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