A Vale é a primeira empresa a aderir ao Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, lançado nesta terça-feira em São Paulo pela ONG The Nature Conservancy. O objetivo é restaurar 15 milhões de hectares até 2050, uma área superior à dos Estados de Santa Catarina, Alagoas e Sergipe somados.
A mineradora já mantém a maior área de mata atlântica em terreno plano do País, a Reserva Natural Vale, em Linhares (ES), com 22 mil hectares, que abriga o maior viveiro de mudas da América Latina, com capacidade de produção anual de 55 milhões de unidades de mais de 800 espécies tropicais.
Na semana passada, a reserva da Vale recebeu o título de Posto Avançado da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecido pela Unesco, por seus trabalhos nos campos de proteção da biodiversidade, do desenvolvimento sustentável e do conhecimento científico e tradicional sobre o bioma.
O projeto de recuperação florestal da mata atlântica é anterior ao pacto. A Vale lançou, em fevereiro, com o governo do Espírito Santo, dois projetos que vão ajudar o Estado a triplicar a sua cobertura vegetal até 2025. Hoje, o Espírito Santo tem apenas 211 mil hectares de florestas nativas e é o Estado com a menor cobertura de mata atlântica do País, apenas 5% da área original. O objetivo é plantar neste período 615 milhões de árvores, que representam a fixação de 193 milhões de toneladas de C02equivalente durante o processo de crescimento das mudas.
Com a duração de cinco anos, os dois projetos poderão beneficiar, inicialmente, mais de 20 mil produtores rurais. Inicialmente, a Vale vai doar 2,6 milhões de mudas. O investimento total da Vale é de R$ 5,5 milhões.
No Rio de Janeiro, a mineradora vem fornecendo as 600 mil mudas de mata atlântica necessárias para o reflorestamento das cabeceiras e margens do rio Guandu, de onde é captada a água que abastece a maior parte da região metropolitana do Estado.
O Pacto pela Restauração da Mata Atlântica quer recuperar 15 milhões de hectares de áreas degradadas com vegetação atlântica até 2050. Hoje, restam apenas 7,26% da mata no País. Com a restauração, a área deve ser quadruplicada. O pacto foi assinado por organizações não-governamentais como SOS Mata Atlântica, Care Brasil, Associação Mico Leão Dourado, The Nature Conservacy, WWF-Brasil; pelo governo federal; pelos governos estaduais do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Espírito Santo; pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e a Universidade Federal de Pernambuco; e pela Vale.
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