O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou nesta quinta-feira o convite para que o Brasil faça parte do grupo de financiamento regular do Fundo Monetário Internacional (FMI). Caso seja solicitado, o País aportará até US$ 4,5 bilhões na instituição, valor que é o limite de sua cota no fundo.
No entanto, o ministro destacou que "muito dificilmente" o aporte chegará a esse montante. Mantega destacou que o repasse dos valores não vai afetar o nível das reservas brasileiras. "Eles darão em troca Direitos Especiais de Saque. Então na verdade a gente coloca um dinheiro, digamos que eles solicitem 1 bilhão, 2 bilhões, a gente coloca no fundo e eles nos dão Direitos Especiais de Saque que é uma reserva de valor", apontou. "(É) trocar um título por outro título", completou.
O ministro destacou ainda que o País foi convidado pelo FMI para se tornar parte do grupo de 47 países, dos 185 membros, que atualmente são chamados para contribuir com a instituição. "Então eu estou aceitando este convite do fundo, pra nós é importante porque nós estaremos do lado daqueles que vão contribuir no caso em que o fundo precise de recursos para financiar outros países", destacou.
De acordo com Mantega, a medida é importante por um lado pois é um reconhecimento de que o Brasil é um país sólido, mas também porque os aportes vão ajudar a viabilizar crédito para os países emergentes que estão em dificultades. "Portanto ajuda a ativar a economia mundial", afirmou.
O ministro também ressaltou que esta não é a primeira vez que o País se torna credor do FMI. "Não é a primeira vez, no passado nós já fomos, até 1982", respondeu quanto questionado sobre o assunto.
Aportes anunciados no G20
Mantega explicou ainda que as outras contribuições a serem dadas pelo País ao FMI, que foram anunciadas na reunião do G20 em Londres, ainda necessitam de um instrumento adequado para manter o nível das reservas intacto.
"O fundo monetário está preparando um título especial, um bond, que ele vai disponibilizar para os países que querem fazer aporte no fundo monetário. Há países que já se dispuseram a fazer isso, os Estados Unidos querem fazer aporte, a China quer fazer aporte, o Canadá já declarou que quer fazer aporte, o Brasil também fará um aporte. Mas como o fundo monetário não tinha essa modalidade ele está criando o título", disse.
"Eu falei com o diretor gerente do fundo monetário, o Dominique Strauss-Kahn, e ele me disse que nas próximas duas ou três semanas eles estarão terminando a elaboração deste título de modo que aí o Brasil decidirá quanto dinheiro nos vamos aportar. É outra coisa, não tem nada a ver com o que nós falamos agora. Também serão reservas, será como se fosse a aplicação de um título, em um bônus que corresponde a reservas", completou o ministro brasileiro.
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