terça-feira, 14 de abril de 2009

São R$ 5 bi em prejuízo anualmente, graças a ‘gatos’, má gestão, distância dos clientes e tecnologia obsoleta.


As empresas fizeram a conta - e o resultado foi divulgado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). No Brasil, todos os anos, 15% da energia elétrica produzida são perdidas no meio do caminho entre a geradora e os clientes/consumidores. São cerca de R$ 5 bilhões direto para a lata do lixo.
Os quatro maiores vilões desse problema são as ligações clandestinas (ou gatos); a falta de manutenção de muitos relógios de luz, que não “percebem” as falhas do sistema em empresas e residências; a má gestão de TI em todo o processo; e também a tecnologia ultrapassada dos cabos nas torres de alta tensão - esta última é uma questão muito mais complexa e de resolução que depende de uma revolução tecnológica (que ocorrerá mas que ainda não tem data para acontecer).
Segundo a Light, operadora de energia do Rio de Janeiro, o furto de energia tem causado prejuízos anuais de cerca de R$ 900 milhões para a empresa. E outros R$ 300 milhões deixam de ser recolhidos em impostos pelo uso irregular de energia elétrica. A empresa atende cerca de 3,5 milhões de clientes, distribuídos em 31 municípios do Estado.
Calcula-se que a prática ilegal dos gatos no Rio represente uma evasão de quase sete mil gigawatts por ano de energia elétrica - volume capaz de atender à demanda de uma cidade do tamanho de Belo Horizonte, por exemplo.
À má gestão da energia soma-se a necessidade de se conscientizar a população quanto aos perigos inerentes ao furto de energia - incluindo-se aí o risco de morte. Especialistas em energia calculam que, caso o Brasil conseguisse evitar metade das perdas anuais, a diminuição do prejuízo seria suficiente para reduzir em até 15% a tarifa cobrada pelas concessionárias.
“Quem furta não está furtando a Light. Está furtando do seu vizinho”, alertou, em recente entrevista, o presidente da Light, José Luiz Alquéres.
Outra questão relevante é a perda de energia no caminho entre a geradora e o consumidor - por exemplo, de Itaipu até as cidades-clientes, subestação por subestação. Anualmente, perde-se o equivalente à produção de uma das turbinas da hidrelétrica somente nesse trajeto. Esta é uma questão que aflige os espcialistas: os mercados consumidores ficam distantes das principais matrizes energéticas nacionais.
Algumas tecnologias já estão sendo estudadas para minorar o fenômeno da perda, como capas nanométricas que reduzem o atrito da energia nos cabos de alta tensão e provocam a dispersão da eletricidade.

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