quinta-feira, 30 de abril de 2009

Obama nega fechar fronteira com México por gripe suína


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou, nesta quarta-feira, que a gripe suína é motivo de preocupação, mas não deve gerar pânico. Ele também negou que o governo estude fechar a fronteira com o México, durante entrevista para a imprensa na Casa Branca para marcar os primeiros 100 dias como presidente.

"Deste ponto de vista, é inútil fechar a porteira depois que os cavalos fugiram. Já que temos casos nos Estados Unidos", disse Obama, que prometeu fazer tudo o que estiver ao alcance do governo para minimizar os impactos do vírus na população.

"O mais importante agora é que cada um faça a sua parte e tome medidas simples como lavar as mãos e cobrir a boca quando tossir. Outra medida importante é não ir ao trabalho se você estiver doente. Se o seu filho tiver sintomas, não o mande para a escola", disse.

Ele defendeu, também, a decisão de proibir a tortura. Obama assegurou que essa medida "nos fortalecerá com o tempo, nos transformará em um país mais seguro com o tempo". O presidente americano considerou que práticas autorizadas pelo governo anterior, como os afogamentos simulados, "eram tortura, independente do raciocínio legal usado, foi um erro".

Obama afirmou que o aborto se trata de uma questão "moral" que deve ser decidida pela mulher. "Não acho que as mulheres que precisem encarar a situação tomem a decisão superficialmente", e, por isso, é preciso que façam o que acharem mais conveniente de acordo com a recomendação dos médicos e da família.

"O que se deve fazer, por outro lado, é evitar as gravidezes não desejadas, especialmente as de adolescentes, e, para isso, a Casa Branca trabalha para estabelecer medidas tanto com grupos pró-vida como com os que apoiam a interrupção voluntária da gravidez", disse.

Perguntado sobre a ameaça terrorista, Obama disse que "confia" na segurança do arsenal nuclear do Paquistão. "Tenho confiança de que o arsenal nuclear (paquistanês) ficará longe do alcance dos militantes" extremistas islâmicos, destacou Obama.

O presidente disse, ainda, que foram "assentadas novas bases" para a "política externa" do país durante os 100 primeiros dias de seu mandato.

Reforma migratória
Obama, reiterou o compromisso de conseguir uma reforma migratória. "Não podemos continuar com este sistema fracassado. Não é bom para ninguém", disse.

O presidente afirmou que é partidário de uma reforma que inclua uma eventual naturalização desses residentes ilegais. No entanto, destacou que, antes disso, os americanos devem estar convencidos de que está sendo feito todo o possível para garantir a segurança das fronteiras.

Obama indicou que a entrada de trabalhadores ilegais no país se transformou em um fator de pressão nas comunidades fronteiriças e é fonte de uma série de problemas. Ele disse ter sido consultado sobre sua estratégia em relação à reforma migratória e sobre se está disposto a estudar o tema com o senador republicano John McCain, seu adversário nas eleições de novembro.

"Eu gostaria de me unir a ele e a outros para analisar este problema crucial", indicou. Obama também afirmou que espera convocar um grupo de analistas para estudar o assunto, "em um marco que sirva para avançar neste processo", e para "mostrar que existe uma estratégia bem concebida".

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