A taxa de desemprego no Brasil se manteve praticamente estável em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2008, informou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mês passado, a taxa ficou em 8,2%, ante os 8% apurados no mesmo período do ano anterior. Mesmo com a ligeira alta, a taxa é a maior apurada pelo órgão desde abril de 2008.
Já na comparação com dezembro de 2008 (6,8%, a taxa mais baixa da série histórica do IBGE), o desemprego teve alta de 1,4 ponto percentual. Nesta mesma base de comparação, a população desocupada (1,9 milhão de pessoas) teve aumento de 20,6%. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, este indicador, assim como a taxa de desemprego, também ficou praticamente estável.
Segundo o IBGE, a população ocupada (21,2 milhões) teve aumento de 1,9% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, mas caiu 1,6% na comparação com dezembro. O número de trabalhadores com carteira assinada também subiu na comparação anual, 4,5% para 9,5 milhões, mas caiu 1,3% na comparação com dezembro.
O rendimento médio real aumentou 2,2% frente a dezembro e 5,9% ante o mesmo mês do ano passado, para R$ 1.318,70.
De acordo com o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo, o aumento de 20,6% no número de desocupados entre janeiro e dezembro foi um recorde para esse período, desde que o levantamento começou, em março de 2002.
O pesquisador do IBGE, Willian Kratophwill, afirmou que com os resultados de janeiro é possível dizer que a crise financeira internacional finalmente chegou à Pesquisa Mensal de Emprego (PME).
"Quando chega janeiro uma grande parte desse pessoal (temporário de Natal) é demitida. Com a crise, o que a gente acha é que pode estar afetando também aqueles que já eram funcionários e as empresas estão aproveitando para reduzir seu pessoal", explicou.
A Pesquisa Mensal de Emprego do instituto apura a situação do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.
Na pesquisa, o IBGE considera como ocupados quem tem emprego formal ou informal, funcionários públicos, militares e pessoas que trabalham por conta própria (que não são empregados de ninguém). Já os desocupados são aquelas pessoas que estão sem ocupação, mas que tomaram alguma atitude para encontrar trabalho no período pesquisado.
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