O líder da oposição no Irã Mir Hossein Moussavi pediu a seus partidários no domingo para continuar os protestos sobre a contestada eleição presidencial, em um desafio direto à liderança da República Islâmica. Helicópteros sobrevoavam Teerã e tiros podiam ser ouvidos no norte da capital, um reduto do ex-primeiro ministro reformista Moussavi.
"Protestar contra mentiras e fraude (nas eleições) é um direito seu (iraniano)", disse ele em um comunicado em seu website. "Em seus protestos, continuem a mostrar comedimento. Eu espero que as forças armadas evitem danos irreversíveis", ele adicionou.
Muitos manifestantes burlaram a censura e filmaram os protestos deste fim de semana em Teerã. As imagens mostram correria e pessoas baleadas em vários pontos da cidade onde houve confrontos.
Ao menos 10 pessoas foram mortas na repressão aos protestos no sábado. Moussavi disse que as mortes e as detenções em massa de seus partidários iriam criar uma divisão entre a sociedade e as forças armadas do país.
Os comentários de Moussavi vieram após clérigos pró-reforma intensificarem as críticas às autoridades do Irã após mais de uma semana de protestos sem precedentes no país contra seus líderes. A contestada eleição de 12 de junho, que reelegeu o presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad, gerou as manifestações mais violentas desde a Revolução Islâmica que derrubou o governo apoiado pelos Estados Unidos em 1979.
As autoridades chamaram os manifestantes de "terroristas", uma indicação de sua determinação em reprimir os protestos. Nos distritos pró-Moussavi no nordeste de Teerã, os simpatizantes entoavam palavras de ordem de cima dos telhados dos prédios e casas, uma tática usada em 1979.
"Eu ouvi disparos repetidamente enquanto as pessoas entoavam Allahu Akbar (Deus é grande) na região de Niavaran", disse uma testemunha, que pediu para não ser identificada. Outras testemunhas afirmaram ter ouvido tiros no distrito de Zaferaniyeh, no norte da capital. Não havia relatos de mortos até o momento.
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