segunda-feira, 1 de junho de 2009

Em "guerra", Cuiabá festeja e provoca Campo Grande

Clima de euforia, alegria e muita gritaria marcou a divulgação do anúncio da capital de Mato Grosso, Cuiabá, para ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Pelo menos 6,8 mil pessoas acompanharam na Praça 8 de Abril, em um telão com transmissão ao vivo, o anúncio feito pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, durante o 59º Congresso da entidade, que acontece na cidade de Nassau, em Bahamas.

Além da Praça 8 de abril, foram montados quatro pontos de transmissão ao vivo, na Praça Cultural do CPA II, na praça principal do bairro Pedra 90 e na Praça Central do Bairro Cristo Rei, em Várzea Grande. Em 11 pontos de Cuiabá e Várzea Grande, no horário local das 20h, haverá simultaneamente queimas de fogos.

As autoridades do Estado de Mato Grosso aguardavam apreensivas o resultado do anúncio. Na hora do anúncio do nome da cidade de Cuiabá, o governador Blairo Maggi e o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, foram levantados pelo público que estava dentro do camarote reservado para as autoridades e a imprensa.

O prefeito de Cuiabá ao falar com a população em cima de um trio elétrico homenageou a cidade, agradeceu à Deus e disse que a capital é uma das poucas que tem o nome de Jesus - "Vila Real Bom Jesus de Cuiabá", nome colocado pelos bandeirantes paulistas que descobriram a cidade. Após o agradecimento, o prefeito alfinetou o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB-MS).

"O bem sempre vence o mal. O resultado é uma resposta ao governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli que agora devia chupar uma manga borbom (fruta típica da cidade). Eles ficaram xingando Cuiabá e o povo, dizendo que nós não tínhamos capacidade. Mas quem levou a Copa fomos nós", disse.

"Quantos bilhões iremos receber de investimentos, os imóveis serão mais valorizados. Os donos de hotéis e empresários pensavam que iam para Campo Grande ou Goiânia, agora terão que vir para cá. Ninguém me faz parar de falar, nem a polícia. Hoje preciso ser justo. Cuiabá merecia essa Copa", disse emocionado o prefeito Wilson Santos.

Em cima do trio elétrico uma faixa trazia os dizeres: "Tchupa essa manga Campo Grande! A Copa é nossa...". O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, destacou que iniciou o trabalho para trazer a Copa para a cidade há pelo menos três anos.

"Se vencemos Campo Grande ou Goiânia, não foi porque somos mais bonitos. E sim porque somos mais organizados, foi a garra e a dedicação do governo do Estado em todo esse período. Essa conquista é do povo do estado. Ricardo Teixeira numa das nossas primeiras conversas disse que não adiantava só o governador querer, mas tinha que ser um desejo de cada um".

Maggi destacou que amanhã começa a ser encaminhado para a Assembléia Legislativa leis específicas para a Copa e reuniões para definir o que será feito para os próximos anos.

"A classe política deverá que ser muito mais forte. Irei na final das Copa das Confederações que ocorre na África, fazer uma visita ao país, para visitar os locais onde foi realizado os jogos. Lá tiveram muitos problemas e nossa visita pode abreviar focos de problemas que podemos ter", disse.

"Também iremos visitar a Alemanha onde foi feita a última Copa. Precisamos aprender com os erros e acertos de todos, para que a gente não perca tempo e dinheiro também", completou.

Maggi destacou que a participação de Cuiabá na Copa é a inserção do estado e da cidade, no contexto nacional e internacional. A copa do mundo, segundo o governador irá trazer uma representação fora, "serão cinco anos de muitos negócios, serão duas histórias: antes e depois da Copa do Mundo", ressalta.

Ao ser questionado se a questão ambiental pode se tornar um "teto de vidro", Blairo Maggi disse que o estado não tem teto de vidro. "Os problemas que nós tínhamos, resolvemos. Não tem nenhum estado da federação que tem hoje cuidados e a estrutura que o governo de Mato Grosso tem", afirmou.

"O estado tem feito a sua lição de casa, tivemos problemas, é verdade. Fizemos correções e estamos anos na frente de outros estados no controle da gestão florestal, controle no desmatamento e estamos finalizando o zoneamento sócio-economico. Então Mato Grosso, não tem esse telhado de vidro. Muita gente acha que tem porque não conhece o que nós fizemos, estou absolutamente tranqüilo com isso e acredito que vamos aproveitar essa oportunidade para mostrar esses avanços na área ambiental", garante Blairo Maggi.

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