terça-feira, 16 de junho de 2009

Brasil defende que Bric se torne fórum permamente

O governo brasileiro vai defender, em reunião nesta terça-feira na Rússia, que os países que formam o grupo conhecido como Bric se consolidem como um fórum permanente, com reuniões periódicas e grupos técnicos em setores específicos.

A sigla foi criada em 2001 pelo banco americano Goldman Sachs para designar Brasil, Rússia, Índia e China, países com alto potencial de crescimento.

"É claro que precisamos ainda saber o que os outros três países esperam. Mas nós temos, sim, interesse na institucionalização do bloco", diz o chefe do Departamento de Negociações Regionais do Itamaraty, embaixador Gilberto Moura.

De acordo com o embaixador, o fórum Bric, se formalizado, pode contribuir para que os quatro países cheguem às reuniões do G20 com uma postura "mais afinada".

"Fóruns como esse permitem que os países reúnam suas ansiedades e consolidem posições", diz o embaixador.

Futuro
O futuro do grupo e sua possível institucionalização serão discutidos nesta terça-feira, na cidade russa de Ecaterimburgo, durante o encontro dos quatro chefes de Estado.

Na avaliação do governo brasileiro, os Brics têm potencial para ser uma instância para discussões de temas mais amplos, como a reforma do sistema financeiro internacional e do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Sabemos que os quatro países não concordam em tudo, mas a criação desse espaço favorece justamente o diálogo, a cumplicidade", diz.

O embaixador do Itamaraty cita o caso do Ibas, fórum criado em 2003 por Brasil, Índia e África do Sul e que "já está consolidado".

"Já são 16 grupos de trabalho. Sem dúvida os três países passaram a ter uma relação mais afinada com a consolidação do grupo", diz Moura.

Ele lembra que os ministros da Fazenda de Brasil, Índia, China e Rússia já se encontraram. E que o futuro do grupo "também passa" por discussões mais específicas, com encontros setoriais.

"Estamos buscando os pontos de consenso. A idéia é que esse seja um fórum de convergência, e não de negociação", diz Moura.

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