sexta-feira, 15 de maio de 2009

Milícias têm consórcios para matar autoridades, diz deputado

O deputado estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (Psol), denunciou na tarde dessa quinta-feira que existe um suposto pacto entre as milícias para exterminar autoridades. "As milícias têm consórcios para assassinar autoridades do Estado e isso está muito próximo de acontecer. Eu espero que não aconteça, porque certamente eu seria uma dessas autoridades", disse.

A afirmação foi feita durante o Seminário Crime Organizado, realizado no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde Freixo disse ter feito questão de ligar para o delegado Alan Turnowvski, chefe da Polícia Civil para parabenizá-lo pela prisão do ex-PM e líder da milícia Liga da Justiça, Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman.

No entanto, o deputado afirmou que a prisão do criminoso não pode criar uma ilusão na sociedade porque, segundo o relatório elaborado pela CPI das milícias presidida por ele, o Estado do Rio sofre com a atuação de 200 milícias nas comunidades. "A atuação das milícias representa a maior violação de direitos humanos no Rio de Janeiro", lamentou Freixo.

Marcelo Freixo citou o epsódio ocorrido com a equipe do jornal O DIA, que foi seqüestrada e torturada por milicianos da favela do Batan, na zona oeste, em maio do ano passado, como o "divisor de águas" no combate às milícias. "Este episódio é um divisor de águas na questão das milícias, enquanto as pessoas das comunidades eram torturadas quase ninguém se importava".

O deputado também fez acusações ao ex-prefeito Cesar Maia e citou uma declaração de Maia como irresponsável. De acordo com Marcelo Freixo, o ex-prefeito teria qualificado as milícias como "auto defesa comunitária". Procurado pela reportagem do Jornal do Brasil, Maia disse que o deputado estava equivocado e afirmou que foi ele o autor de uma mapeamento sobre a atuação das milícias no município do Rio.

"Ele está equivocado. Fui eu na prefeitura que fiz uma pesquisa e demonstrei que as milicias cresciam a taxas altas na cidade. Os jornais destacaram. Fui eu que quantifiquei e mapeei", afirmou o ex-prefeito.

Freixo ainda acusou o partido de Cesar Maia, o Democratas, de acolher vários milicianos. O presidente da comissão de direitos humanos da Alerj citou os vereadores Carminha Jerominho (PTB-RJ) e Cristiano Girão (PMN-RJ), acusados de pertencerem à milícias como "uma vergonha para a câmara de vereadores do Rio".

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