quarta-feira, 22 de abril de 2009

País deve ampliar crédito de CO2 com monitoramento


O monitoramento da derrubada de matas em todos os biomas brasileiros além do amazônico pode resultar em aumento "de bilhões de dólares" para o Brasil por meio de crédito de carbono. A previsão é do coordenador de Ciências do Programa de Savanas Centrais do The Nature Conservancy (TNC), Leandro Baumgarten, informa, de Brasília, o repórter Pedro Peduzzi, da Agência Brasil.

O uso de satélites para medir o desmatamento foi estendido à caatinga, ao cerrado, à mata atlântica, ao pampa e ao pantanal, de acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. Os créditos de carbono anunciados pelo especialista não têm a ver com o mercado de carbono previsto pelo mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) no Protocolo de Kyoto, mas a ações voluntárias, como o Fundo Amazônico.

"A partir das informações coletadas teremos melhores condições de coordenar as ações de combate ao desmatamento. Além disso, o mesmo mecanismo de crédito de carbono contabilizado a partir da Amazônia passará para outros biomas, trazendo mais recursos para o País por meio da Redução de Emissão por Desmatamento e Degradação (Redd)", diz Baumgarten.

Segundo o pesquisador, esse índice leva em consideração a atividade humana, calculando o carbono despejado por carros e indústrias, e o desmatamento na Amazônia. "Agora, com outros biomas passando a fazer parte do cálculo, esses valores devem chegar à ordem dos bilhões de dólares." Apenas com o Fundo Amazônico o Brasil receberá US$ 1 bilhão no prazo de cinco anos, contados a partir do ano passado, disse.

"Fora o pantanal, que ainda tem uma boa cobertura, todos os biomas estão bem mais desmatados do que o amazônico. O cerrado e a caatinga têm apenas 60% da cobertura original, enquanto o pampa tem 50% e a mata atlântica. menos de 10%", informou.

O monitoramento a acompanhará e divulgará anualmente os índices de desmatamento de todos os biomas. As informações permitirão calcular o volume de gases de efeito estufa decorrentes do desmatamento e alteração do uso do solo no País e produzir o relatório periódico de emissões previsto na Convenção Sobre Clima da ONU.

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