terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mantega diz que governo reforçará o PAC contra crise

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira que o governo pretende reforçar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para estimular a atividade econômica em meio à crise financeira global.

"Não vamos seguir a rota da desaceleração econômica", disse Mantega após reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os ministros na Granja do Torto. Ele não deu detalhes sobre o incremento do PAC.

O valor que será adicionado ao PAC, que hoje já conta com R$ 504 bilhões até 2010, será anunciado apenas na quarta-feira, quando a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, fará um balanço dos primeiros dois anos do projeto.

A ordem é não deixar cair o volume de investimentos e nem comprometer o fluxo dos programas sociais. Se for o caso, avalia o Palácio do Planalto, os ministérios devem cortar gastos de custeio e manter o envio de recursos a investimentos.

"Não podemos seguir o receituário que antes era colocado para o Brasil. Hoje os países não têm nada a nos ensinar", declarou Mantega.

De acordo com o chefe da Fazenda, o governo voltará a tomar medidas sempre que necessário, mas descarta adotar posturas protecionistas. "O presidente orientou a todos os ministérios que sustentassem os programas que estão sendo realizados. Os programas prioritários serão mantidos. O presidente falou em ousadia. Não é o momento de uma ação tímida de nossa parte. Ousadia é não se retrair. Vai haver um reforço do PAC, vai ser aumentado (o volume de) recursos em praticamente todos os setores", relatou Mantega. "Não podemos permitir a volta do protecionismo. É melhor que continuemos a estimular como já vem sendo estimulado porque se cada um se fechar em copas (...) todos vão perder", argumentou.

Conforme relatou o ministro, a ordem é reforçar, entre outros pontos, o comércio com moeda local, como já vem ocorrendo entre Brasil e Argentina. "O que fica claro é que temos chance de passar por essa crise em condições melhores", lembrou Mantega.

Durante a reunião, segundo Mantega, o presidente avaliou que o Brasil ainda não conseguiu reconstituir o volume de crédito anterior à crise. "Temos que achar uma solução", afirmou Mantega, também sem entrar em detalhes.

"O presidente disse que ainda não conseguimos reconstruir o volume de crédito. Ficamos sem crédito externo e temos que aumentar o crédito interno, mas ainda não foi suficiente", comentou Mantega.

O governo criou um grupo de trabalho em parceria com a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) para avaliar em que medida pode ser reduzido o spread bancário. "Tenho certeza que o spread pode ser reduzido no Brasil. Temos que examinar juntos esse problema porque ele tem solução. Posso garantir que as taxas de juros (cobrados pelos bancos) vão cair de forma a garantir o desenvolvimento econômico. Faremos tudo que for necessário para manter os investimentos", disse Guido Mantega.

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