Um medicamento usado no tratamento contra o câncer apaga as impressões digitais dos pacientes e esse efeito se transformou em um problema para as autoridades de imigração dos Estados Unidos. Uma carta de um médico publicada nesta terça-feira pela revista Annals of Oncology revela que um desses pacientes foi retido em um posto de imigração fronteiriça porque não tinha impressões digitais.
O homem tem metástase no pescoço e na cabeça, mas respondeu bem à quimioterapia, baseada principalmente em um composto identificado como Capecitabine. Eng-Huat Tan, do Departamento Nacional de Oncologia do Centro Nacional do Câncer, em Cingapura, recomendou que os pacientes que usem Capecitabine levem consigo uma carta do médico que certifique o uso do remédio quando chegarem aos Estados Unidos.
O Capecitabine é um remédio antimetabólico usado para tratar vários tipos de câncer e um de seus efeitos é a inflamação crônica da planta dos pés e da palma das mãos. Como resultado, ocorrem desprendimentos da pele, hemorragias, úlceras e marcas, e "com o tempo isso leva ao desaparecimento das impressões dos dedos", afirmou Tan.
O oncologista contou que, em dezembro de 2008, um dos pacientes que estava há três anos sob o tratamento de Capecitabine chegou aos Estados Unidos para visitar parentes. "Ficou detido durante quatro horas porque os agentes de imigração não podiam detectar suas impressões digitais", afirmou.
Por fim, o homem, procedente da Ásia, recebeu permissão para entrar no país quando as autoridades de imigração constataram que não constituía uma ameaça para a segurança.
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