A Perdigão anunciou nesta segunda-feira um prejuízo líquido de R$ 20 milhões no quarto trimestre de 2008, ante lucro de R$ 98 milhões no mesmo período de 2007, informou a empresa nesta segunda-feira. Apesar disso, a empresa terminou 2008 com líquido de R$ 54 milhões, contra R$ 321 milhões de 2007.
O lucro caiu devido ao impacto cambial nas despensas financeiras, sem efeito caixa, e à parcela do ágio contabilizada no ano, em consequência das aquisições. Sem considerar o ágio, o lucro no ano passado seria de R$ 155 milhões, ante R$ 335 milhões em 2007.
"O começo do ano (de 2008) foi difícil, commodities em alta, dólar em baixa, mas o mercado estava bem demandado e aproveitamos para recuperar os nossos preços," disse o presidente da Perdigão, José Antônio do Prado Fay, acrescentando que, com a crise internacional, se os preços caíram, o dólar subiu, compensando parte das perdas no mercado externo. "No mercado interno, os volumes foram bem consistentes," acrescentou.
Assim, o faturamento da empresa foi recorde, com receita bruta de R$ 13,16 bilhões, alta de 69% ante 2007, ajudado pela incorporação dos ativos da Eleva. Da mesma forma, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) também registrou sua melhor marca no ano passado, atingindo R$ 1,15 bilhão, ante R$ 803 milhões em 2007.
No quarto trimestre, entretanto, quando a crise internacional deu as caras efetivamente, a Perdigão registrou prejuízo líquido de R$ 20 milhões, ante lucro de R$ 98 milhões no mesmo período de 2007, embora o Ebitda tenha crescido para R$ 465 milhões, contra R$ 240 milhões no mesmo período de 2007.
"Apesar da geração de caixa robusta explicada pelo Ebitda recorde (no 4º trimestre), o efeito cambial sem efeito caixa das financeiras (despesas financeiras líquidas) contribuiu para o resultado negativo," disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Leopoldo Saboya, lembrando que o câmbio saiu de R$ 1,914 no final de setembro para R$ 2,337 em dezembro.
Sem a questão cambial, o resultado seria muito melhor, considerando o caixa gerado pela empresa, disse Saboya, acrescentando que, desconsiderando o ágio, a Perdigão poderia ter tido lucro de R$ 8 milhões nos últimos três meses do ano.
"De maneira gerencial, consideramos os R$ 8 milhões positivos," destacou Saboya. "Considerando as adversidades, o cenário de crise financeira e em relação aos nossos concorrentes, foi um resultado satisfatório," acrescentou o diretor, lembrando que poucas empresas no mundo deram lucro no período.
A Perdigão reafirmou que no momento não mantém negociações com a Sadia, mantendo posição de comunicado divulgado ao mercado na semana passada. E, segundo seus executivos, embora a empresa tenha terminado o ano com R$ 2 bilhões em caixa, montante muito maior do que a dívida de curto prazo (de R$ 1,65 bilhão), o momento não é de pensar em aquisições.
"Não vou comentar o assunto Sadia, continua o que já foi dito no comunicado," disse Fay, observando ainda que "sempre dissemos que o próximo passo é a internacionalização."
De acordo com Saboya, a empresa está focada na consolidação dos negócios, no aprimoramento das operações e na captura de sinergias.
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